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Focos de raiva em bovinos geram preocupação

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Uma doença em que o Brasil é destaque no combate, volta a gerar preocupação: A raiva. O aumento dos focos tem gerado alerta nos órgãos de fiscalização. Para se ter uma ideia, só em 2022 já são 18 focos confirmados e outros dois em análises, na unidade veterinária da Adapar em Cascavel, Oeste do Paraná.

De todos esses focos, dois foram confirmados na última semana e outros dois nesta semana, um de São Salvador e outro de Salto Portão. O que chama atenção é que além dos casos, a área de abrangência dos registros também está aumentando: “Temos identificado na região do São Brás, distrito de São Salvador e também na linha velha do Rio de Salto. Isso faz com que o nosso mapa aumente muito. Por isso, fazemos o alerta para quem tenha animais tipo bovino, ovino, caprino, equinos para redobrar a vigilância”, detalha Luciana Regina Riboldi Monteiro, médica veterinária da Adapar.

Lembrando que o retorno de casos de raiva  em Cascavel aconteceu ano passado, depois de 10 anos sem nenhuma confirmação da doença.

 

QUAL MOTIVO DO AUMENTO DE CASOS?

Todos os mamíferos que entram em contato com a doença podem ficar doentes, então no caso dos morcegos que transmitem a raiva para o gado, eles ficam doentes e morrem, mas até isso ocorrer muitos outros animais foram infectados, pois o período de incubação do vírus é muito maior nos morcegos: “Enquanto em um bovino, o vírus leva em torno de 20 a 60 dias de período de incubação. No caso do morcego é mais de 100, 250 dias. Então nesse período o morcego vai transmitindo. Quando essa população dos morcegos morre, é como se houvesse uma autoeliminação da colônia de morcegos infectados. Então por isso, é uma contaminação cíclica. Porque os morcegos ficando doentes, a população deles vai diminuir e como consequência, haverá menos ataques aos bovinos. Só que quando a população de morcegos volta a crescer, aumenta o contato entre os contaminados e não contaminados, e aí é que também crescem os casos de bovinos infectados”, explica a médica veterinária.

VACINAÇÃO DOS ANIMAIS

A vacinação dos animais é fundamental pois é o único meio para prevenção da doença. A vacina pode ser aplicada a partir dos 3 meses de idade, sendo necessário um reforço após 30 dias e revacinação anual: “Fazer a vacinação de todos os bovinos, ovinos, suínos e também os equírios. Porque a raiva ela é muito bem protegida através da sua vacina. Porém tem que lembrar que a partir do momento que tenha um caso de raiva, que o animal apresente a sintomatologia nervosa não tem mais volta, não existe mais tratamento para enfermidade, por isso é importante manter a vacinação em dia, pois o produtor precisa estar sempre ciente que a raiva mata”, detalha Luciana.

 

PREVENÇÃO EM PETS

Outra orientação é a vacinação em animais domésticos para prevenir a doença: “Os produtores deviam fazer a prevenção vacinando cães e gatos também, principalmente porque eles tem um convívio muito grande com criança, e com as pessoas, então isso também é recomendado”, detalha Luciana.

A DOENÇA

A raiva é causada por um vírus cuja variante 3 está associada ao morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus, que é o principal reservatório e transmissor para os herbívoros domésticos, como bovinos, equinos, caprinos e ovinos. O animal suspeito de raiva apresenta alteração do comportamento, salivação abundante e dificuldade de locomoção. Os sintomas progridem e podem provocar a paralisia e morte.

O diagnóstico laboratorial somente é possível após a morte do animal suspeito, por meio da coleta de uma amostra de material do sistema nervoso central, que é enviada para exame gratuito. Em caso de resultado positivo, o proprietário e o serviço de saúde são informados para as providências necessárias. Portanto, caso os produtores rurais percebam algum sintoma de raiva nos animais é importante acionar a Adapar imediatamente pelo telefone (45) 21014961, para que as medidas corretas sejam tomadas.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

Foto: Divulgação

 

 

 

 

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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