Focos de raiva em bovinos geram preocupação
#souagro| Uma doença em que o Brasil é destaque no combate, volta a gerar preocupação: A raiva. O aumento dos focos tem gerado alerta nos órgãos de fiscalização. Para se ter uma ideia, só em 2022 já são 18 focos confirmados e outros dois em análises, na unidade veterinária da Adapar em Cascavel, Oeste do Paraná.
De todos esses focos, dois foram confirmados na última semana e outros dois nesta semana, um de São Salvador e outro de Salto Portão. O que chama atenção é que além dos casos, a área de abrangência dos registros também está aumentando: “Temos identificado na região do São Brás, distrito de São Salvador e também na linha velha do Rio de Salto. Isso faz com que o nosso mapa aumente muito. Por isso, fazemos o alerta para quem tenha animais tipo bovino, ovino, caprino, equinos para redobrar a vigilância”, detalha Luciana Regina Riboldi Monteiro, médica veterinária da Adapar.
Lembrando que o retorno de casos de raiva em Cascavel aconteceu ano passado, depois de 10 anos sem nenhuma confirmação da doença.
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QUAL MOTIVO DO AUMENTO DE CASOS?
Todos os mamíferos que entram em contato com a doença podem ficar doentes, então no caso dos morcegos que transmitem a raiva para o gado, eles ficam doentes e morrem, mas até isso ocorrer muitos outros animais foram infectados, pois o período de incubação do vírus é muito maior nos morcegos: “Enquanto em um bovino, o vírus leva em torno de 20 a 60 dias de período de incubação. No caso do morcego é mais de 100, 250 dias. Então nesse período o morcego vai transmitindo. Quando essa população dos morcegos morre, é como se houvesse uma autoeliminação da colônia de morcegos infectados. Então por isso, é uma contaminação cíclica. Porque os morcegos ficando doentes, a população deles vai diminuir e como consequência, haverá menos ataques aos bovinos. Só que quando a população de morcegos volta a crescer, aumenta o contato entre os contaminados e não contaminados, e aí é que também crescem os casos de bovinos infectados”, explica a médica veterinária.
VACINAÇÃO DOS ANIMAIS
A vacinação dos animais é fundamental pois é o único meio para prevenção da doença. A vacina pode ser aplicada a partir dos 3 meses de idade, sendo necessário um reforço após 30 dias e revacinação anual: “Fazer a vacinação de todos os bovinos, ovinos, suínos e também os equírios. Porque a raiva ela é muito bem protegida através da sua vacina. Porém tem que lembrar que a partir do momento que tenha um caso de raiva, que o animal apresente a sintomatologia nervosa não tem mais volta, não existe mais tratamento para enfermidade, por isso é importante manter a vacinação em dia, pois o produtor precisa estar sempre ciente que a raiva mata”, detalha Luciana.
PREVENÇÃO EM PETS
Outra orientação é a vacinação em animais domésticos para prevenir a doença: “Os produtores deviam fazer a prevenção vacinando cães e gatos também, principalmente porque eles tem um convívio muito grande com criança, e com as pessoas, então isso também é recomendado”, detalha Luciana.
A DOENÇA
A raiva é causada por um vírus cuja variante 3 está associada ao morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus, que é o principal reservatório e transmissor para os herbívoros domésticos, como bovinos, equinos, caprinos e ovinos. O animal suspeito de raiva apresenta alteração do comportamento, salivação abundante e dificuldade de locomoção. Os sintomas progridem e podem provocar a paralisia e morte.
O diagnóstico laboratorial somente é possível após a morte do animal suspeito, por meio da coleta de uma amostra de material do sistema nervoso central, que é enviada para exame gratuito. Em caso de resultado positivo, o proprietário e o serviço de saúde são informados para as providências necessárias. Portanto, caso os produtores rurais percebam algum sintoma de raiva nos animais é importante acionar a Adapar imediatamente pelo telefone (45) 21014961, para que as medidas corretas sejam tomadas.
(Débora Damasceno/Sou Agro)
Foto: Divulgação