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Dólar em queda livre impacta nos preços da soja e milho

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| A queda no valor do dólar tem sido o assunto de mercado nos últimos dias, não é para menos, afinal a moeda tem registrado as maiores baixas dos últimos dois anos. Para se ter uma ideia, o dólar comercial estava sendo operado em queda na manhã desta segunda-feira (04), negociado a uma média de R$ 4,61, sendo que há pouco tempo a venda estava próxima dos R$ 6.

SOJA

Essa realidade no mercado financeiro, reflete diretamente no agronegócio, falando especificamente da soja, a valorização do real perante ao dólar faz com que os preços do grão caiam tanto para exportação quanto no mercado interno: “Estamos vivendo um período bastante conturbado com relação ao mercado de soja a nível internacional. O grande fator negativo que está acontecendo é a valorização do real perante o dólar. Essa valorização significa dizer que a situação econômica do país está muito melhor do que a dos outros países, é a moeda que mais se valorizou perante o dólar nesses últimos dois meses. Isso faz com que a soja caia de preço no mercado interno e também no mercado externo. Eles precisam de menos dólar pra comprar o nosso soja e o preço aqui dentro cai em função do valor do dólar. Para cada um dólar que cai na bolsa de Chicago, reduz R$20 reais saca no mercado interno”, explica o analista de Mercado, Modesto Daga.

 

Só que em relação a soja, a preocupação não para na queda no preço do dólar, há também a questão do aumento de área plantada no grão nos EUA que deve manter as cotações em baixa até que isso se confirme. A expectativa é que a reação nos preços aconteça apenas nos próximos meses: “Os fundamentos, tirando essa intenção de plantio que foi divulgado no dia 31, onde pela primeira vez na história os americanos pretendem plantar uma área maior de soja que de milho e isso jogou um balde de água fria em termos  de bolsa de mercadoria de futuro, em termos de Chicago, isso nunca aconteceu nos anos anteriores. Isso deve manter a cotação de Chicago também meio baixa nos próximos meses, pelo menos nos próximos dias até isso se confirmar. Como o plantio começa agora em abril provavelmente nós vamos ter uma reação só no final de maio e junho. Então nós acreditamos que com relação a soja os fundamentos totais em termos de produção no mundo, é menor do que o consumo, mas a procura vai ficar muito grande e o preço volta a reagir com certeza. Vai depender praticamente do dólar que deve subir depois da campanha política”, detalha Modesto.

 

MILHO

Já em relação ao milho não há tanta preocupação com relação aos preços de venda do grão, é que a oferta está baixa e isso aumenta o valor do produto: “Com relação ao milho, o raciocínio é ao contrário, como o americano vai reduzir a área de plantio de milho,  o que deve acontecer é que a bolsa de Chicago deve trabalhar em alta por causa dessa redução diária, essa menor oferta de produto e a procura de milho no mundo também tá muito grande e os estoques estão muito baixo. Então nós acreditamos que o preço do milho continua firme e interno ele só cai por causa de dólar, todos os demais fundamentos são positivos”, finaliza Modesto Daga.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

 

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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