Alimentação do futuro é foco do Polo de Inovação Agropecuário
Pesquisas, negócios, tecnologia, sustentabilidade e alimentos do futuro. As foodtechs são o foco do mais novo projeto do Polo de Inovação Agropecuário de Londrina, na Região Norte do Paraná. Idealizado pela Sociedade Rural do Paraná, Governança Agrovalley e o Sebrae, e com apoio e assessoria da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, a proposta foi apresentada nesta quinta-feira (7) ao governador Carlos Massa Ratinho Junior durante a visita dele à 60ª ExpoLondrina – tradicional evento do agronegócio, a feira se estende até 10 de abril.
Com base em 60 ações, o objetivo do projeto é apoiar e estimular pesquisas e negócios que aproveitem a tecnologia para a produção de alimentos, transformando o Paraná em referência internacional. A iniciativa está amparada no estímulo à industrialização de alimentos, que é orientada pelo Estado há alguns anos como forma de agregar valor aos produtos locais.
“Estou muito feliz em poder voltar a esse evento tão importante para o Estado. Ainda mais para conhecer esse projeto, uma contribuição imensa para que o Paraná faz de melhor: produzir alimentos para o mundo. Tecnologia e inovação precisam estar atrelados, trabalhando juntos para que sigamos com uma agricultura de ponta, de referência, e sustentável”, afirmou Ratinho Junior.
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“Somos o Estado mais inovador do País por ações como essa, por essa rede de apoio às foodtechs. Há um ecossistema todo voltado para a tecnologia, com o apoio a startups que possam criar soluções voltadas ao agro e à população”, acrescentou. Segundo o Mapeamento das Startups do Sebrae, o Paraná tem pelo menos 76 empresas nesse segmento (além de 200 agrotechs, que influenciam toda a cadeia).
Segundo o gerente regional do Sebrae em Londrina, Fabrício Pires Bianchi, as foodtechs (fusão de duas palavras inglesas que significam comida e tecnologia) são empresas e projetos que aproveitam tecnologias como a internet das coisas (IoT), big data e Inteligência Artificial (IA) para melhorar a segurança alimentar. “Elas usam a tecnologia para transformar a indústria agroalimentar em um setor mais moderno, sustentável e eficiente em todas as etapas, desde a elaboração dos alimentos até a distribuição e o consumo”, afirmou.
Entre as possibilidades, Bianchi cita o desenvolvimento de novos produtos a partir, por exemplo, de algas, legumes, cogumelos e raízes, considerados alimentos do futuro, inclusive substituindo ou servindo de alternativa a proteínas animais.
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As novas tecnologias e novos hábitos alimentares também fortaleceram ainda mais a possibilidade de se ter produtos mais saudáveis e sustentáveis. “A inovação nos abre possibilidades fantásticas, é empolgante. Fará muito pelo agronegócio, setor que faz a diferença no Paraná e no Brasil”, disse Antônio Sampaio, presidente da Sociedade Rural do Paraná.
SUSTENTABILIDADE
A agilidade das entregas de alimentos em domicílio ou locais de trabalho, que se tornaram mais comuns durante a pandemia da Covid-19, também são alvo de estudos no campo do foodtech. Os investimentos preveem ainda o desenvolvimento de embalagens que prejudiquem menos o ambiente, eletrodomésticos que ajudem a reduzir o desperdício ou até alimentos personalizados.
Normalmente, o desenvolvimento de alimentos com o uso das tecnologias é feito por startups. De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Paraná, Fernando Moraes, Londrina concentra um terço das startups de agro no Paraná. “Quase toda a inovação agro do Paraná sai daqui. E elas ajudam na formatação dos programas também das foodtechs”, ressaltou. Por isso, a decisão por investir ainda mais no setor.
“A tecnologia é a base desse novo ciclo de desenvolvimento de Londrina. Temos uma legislação avançada que permite a busca por soluções, como é o caso das foodtechs”, destacou o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati.
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A Governança de Inovação do Agronegócio – Agroevalley, que projetou o Polo de Inovação Agropecuária de Londrina e suas atividades no período de 2022 até 2025, possui 30 entidades de diferentes segmentos, como governo, empresariado e academia em sua composição. Representam o Estado a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Fundação Araucária.
“O mundo está evoluindo rapidamente em termos de tecnologia e todos os setores, incluindo o alimentício, precisam estar preparados para o que já está aí e para aquilo que ainda virá”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “De outro lado, a população aumenta, as mudanças climáticas dão mostras mais evidentes a cada dia, o que repercute na segurança alimentar, por isso tudo o que for ecologicamente correto, economicamente viável, diminua desperdícios e promova maior justiça com quem passa fome é bem-vindo”.
(Fonte e foto: AEN)