Abiove reduz expectativa de exportação de soja
A expectativa prevista para a exportação de soja do Brasil em 2022 foi cortada pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em pelo menos 500 toneladas, de 77,7 milhões para 77,2 milhões de toneladas. A expectativa foi cortada em meio a uma demanda mais lenta da China, que tem sofrido com margens fracas para a produção de suínos, lockdowns e atrasos portuários em função de medidas para conter a Covid-19.
“A redução na projeção de exportação de soja em grão reflete uma avaliação de consenso das inteligências das associadas de que pode haver uma pequena variação na demanda da China em face do lockdown, que se junta à uma perspectiva de retomada da produção de soja do Hemisfério Norte, especialmente dos Estados Unidos, que entra a partir de setembro”, informou a associação.
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A Abiove também ajustou os preços médios de referência das exportações, e a receita com a venda externa do complexo soja deve atingir US$ 55,920 bilhões em 2022, mais um recorde, ante US$ 51,443 bilhões previstos anteriormente. “O aumento está relacionado aos preços que estamos observando no mercado tanto para volumes já exportados quanto dos contratos em Chicago dos três produtos”, disse o economista-chefe da Abiove, Daniel Amaral. “Observando o que foi exportado e os contratos futuros, percebemos necessidade de reajuste para refletir aquilo que entendemos ser um preço de referência mais próximo das condições atuais do mercado”, acrescentou.
A previsão de processamento foi mantida em 48 milhões de toneladas. “A indústria brasileira hoje observa demanda muito forte por farelo e óleo tanto no mercado interno quanto internacional, com margens de esmagamento que mantêm a remuneração e o retorno da atividade industrial. Apesar das perdas na região Sul e em Mato Grosso do Sul, a indústria teve recebimento de soja desde janeiro. Isso permitiu atividade industrial mais regular.”
No primeiro bimestre deste ano foram processadas 5,6 milhões de toneladas de soja, para uma amostra representativa de cerca de 84% do esmagamento do grão no Brasil. Os números indicam um incremento superior a 18% no comparativo com igual período de 2021. “Há uma conjuntura internacional de maior demanda por farelo e óleo, por causa do crescimento econômico do Sudeste Asiático e da conjuntura que se observa no Leste Europeu, que limita a comercialização de farelo e óleo de girassol, então isso influenciou positivamente tanto na atividade industrial como na exportação desses produtos até março.”
A previsão de produção de soja no Brasil em 2021/22 foi mantida pela Abiove em 125,3 milhões de toneladas. “Aquelas perdas climáticas que se verificaram no começo do ano parece que de certa forma já estão consolidadas”, explicou Amaral. “Existe a expectativa de que algumas áreas de soja mais tardia tenham pequena recuperação. Isso levou à nossa avaliação de manutenção do número da safra.”
Quanto aos derivados, a Abiove manteve as previsões de produção de farelo e óleo em 36,685 milhões de toneladas e 9,7 milhões de toneladas, respectivamente. Do lado da demanda, todas as projeções foram mantidas, tanto para venda externa como para consumo interno. “Mesmo no óleo que projetamos estoque final pouco maior do que a média histórica, isso reflete a ponderação de aguardar desdobramentos de curto prazo tanto com relação ao conflito no Leste Europeu quanto eventuais decisões do governo de aumento da mistura do biodiesel. Tanto um quanto outro podem influenciar a exportação de óleo de soja ou um maior consumo interno.”
(Fonte: Abiove)
(Foto: pixabay)