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Sindiavipar: temor é pelos efeitos duradouros da guerra

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | Mesmo se a guerra entre Rússia e Ucrânia terminasse hoje, seria preciso um longo tempo para recompor tudo que foi construído há anos, tanto na esfera estrutural como de mercado internacional. Pelo menos esse é o pensamento de um dos principais líderes da avicultura paranaense e nacional, o presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), Irineo da Costa Rodrigues. Em entrevista concedida ao Portal Sou Agro, o líder cooperativista afirma que a guerra fará com que os países se tornem autossuficientes em áreas estratégicas. “Certamente será um outro mundo, com os países buscando autossuficiência em alimentação e geração de energia”, salienta Irineo da Costa Rodrigues.

“Essa guerra faz com que as commodities de um modo geral, subam de preço, trazendo consigo uma perda muito grande no poder aquisitivo mundial, com a inflação sendo puxada pela elevação dos preços”, comenta. A preocupação agora é com o tempo de duração da guerra. “Esse é o fator negativo. Se a guerra perdurar semanas ou meses, os reflexos são imensuráveis. Para Irineo, a Ucrânia precisa plantar agora, na saída do inverno e eles têm uma janela muito estreita de plantio. A Ucrânia é o quarto maior produtor de grãos do mundo. Já a Rússia está com seus meios de produção intactos, em plena produção. “Já a Ucrânia não. Ela precisa de um ambiente de paz para produzir trigo, milho e formar essas lavouras, como também produzir suínos e frangos e isso está sendo duramente afetado”.

A infraestrutura da Ucrânia vem sendo dizimada. Há problemas de distribuição de energia elétrica, fornecimento de água, pontes destruídas, dificultando a logística de transporte. “Enfim, cidades inteiras comprometidas e em razão disso, o risco de a agricultura daquele país perder a janela de plantio é notório”.

Se a Ucrânia não conseguir colher a safra antes do inverno, certamente faltará milho e trigo para o restante do planeta. Para piorar, o custo de produção na Ucrânia e Europa aumentou significativamente. Para se ter uma ideia, a inflação na Inglaterra saltou de 1% para 8%.

 

 

 

A GUERRA

Estarrecido. É a palavra descrita pelo presidente do Sindiavipar em relação ao conflito. “Não se imaginava que em pleno século 21, tivesse uma guerra como no passado. Com ataques terrestres e aéreos, quando o grande medo e preocupação era de que guerras futuras seriam mais intensas, com uso de artefatos nucleares. Ainda bem que não é uma guerra nuclear, mas de qualquer forma, estamos com um sentimento muito forte por conta das perdas humanas e danos irreparáveis ao patrimônio dos ucranianos”.

Outra consequência é a alta dos fretes marítimos. De 1.700 dólares subiu para 7 mi dólares o transporte até o Brasil. O seguro aumentou e muitas empresas estão se negando a fazer o trajeto naquela região em virtude da guerra.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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