Tarifa da “misericórdia” pode ser janela de oportunidade para o Brasil
A economia mundial está apreensiva e o Brasil na expectativa sobre as cenas do próximo capítulo..O tarifaço dos Estados Unidos mexeu com os ânimos globais e gerou uma guerra fiscal. O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (9) que aumentará para 125% a tarifa sobre a importação de produtos da China. A medida tem efeito imediato.
Enquanto isso, no Brasil, a atenção se volta para o Agronegócio. A taxação aplicada pelos EUA ao Brasil foi de 10%, uma tarifa de “misericórdia” perto do aplicado em a outros países. Inicialmente causou receio, porque a novidade impõe custos superiores ao que se tinha. Susto absorvido, a situação agora pode ser interpretada como oportunidade. “Há tarifas bem maiores, como no caso da China e outros países do mundo, principalmente da Europa. A taxação mexeu com a geopolítica e com a economia mundia. O Brasil exportou em 2024 US$ 337 bilhões, dos quais, US$ 164 bilhões provenientes do Agronegócio”, salienta Dilvo Grolli, presidente da Coopavel.
NOVO CENÁRIO
O mundo ingressa em um novo cenário econômico. “Existe uma tarifa, é fato. Mas o Brasil tem a menor taxação quando comparada com outros países. Então, temos que procurar entender, analisar, fazer uma reflexão e posicionar o Brasil para ocupar mais espaço nas exportações mundiais. Pode ser uma oportunidade, uma vez que as nossas tarifas foram menores comparadas com muitos países da Europa e países da Ásia”, observa Grolli.
Na opinião de Dilvro Grolli, o momento é de organização de plano estratégico. “O Brasil tem que se adequar a essa tarifa e fazer também a sua lição de casa. Nós, produtores rurais, sabendo os nossos custos de produção, temos que administrar da porteira para dentro. E os Governos Federal, Estadual e Municipal precisam rever a carga tributária, que gira entre 32% e 34%. Precisamos partir para uma redução de custos e para um novo posicionamento do Brasil através do diálogo para avanço nas exportações.”
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No entendimento de Dilvo, trata-se de uma crise, mas também uma janela de oportunidade. “O crescimento do Brasil dá certo pelas exportações, já que o mercado interno está bem abastecido e nós, produtores temos que nos posicionar em questão aos custos das nossas propriedades”.
A medida do governo dos Estados Unidos (EUA) de impor tarifas a todos os parceiros comerciais, anunciada ontem (2), representa uma tentativa da maior potência do planeta de retomar a posição que a indústria do país já teve, além de tentar combater os déficits comerciais de bens que somam cerca de US$ 1 trilhão ao ano.