Tarifa da “misericórdia” pode ser janela de oportunidade para o Brasil

Fernanda Toigo

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A economia mundial está apreensiva e o Brasil na expectativa sobre as cenas do próximo capítulo..O tarifaço dos Estados Unidos mexeu com os ânimos globais e gerou uma guerra fiscal. O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (9) que aumentará para 125% a tarifa sobre a importação de produtos da China. A medida tem efeito imediato.

Enquanto isso, no Brasil, a atenção se volta para o Agronegócio. A taxação aplicada pelos EUA ao Brasil foi de 10%, uma tarifa de “misericórdia” perto do aplicado em a outros países. Inicialmente causou receio, porque a novidade impõe custos superiores ao que se tinha. Susto absorvido, a situação agora pode ser interpretada como oportunidade. “Há tarifas bem maiores, como no caso da China e outros países do mundo, principalmente da Europa. A taxação mexeu com a geopolítica e com a economia mundia. O Brasil exportou em 2024 US$ 337 bilhões, dos quais, US$ 164 bilhões provenientes do Agronegócio”, salienta Dilvo Grolli, presidente da Coopavel. 

NOVO CENÁRIO

O mundo ingressa em um novo cenário econômico. “Existe uma tarifa, é fato. Mas o Brasil tem a menor taxação quando comparada com outros países. Então, temos que procurar entender, analisar, fazer uma reflexão e posicionar o Brasil  para ocupar mais espaço nas exportações mundiais. Pode ser uma oportunidade, uma vez que as nossas tarifas foram menores comparadas com muitos países da Europa e países da Ásia”, observa Grolli.

Na opinião de Dilvro Grolli, o momento é de organização de plano estratégico. “O Brasil tem que se adequar a essa tarifa e  fazer também a sua lição de casa. Nós, produtores rurais, sabendo os nossos custos de produção, temos que administrar da porteira para dentro. E os Governos Federal, Estadual e Municipal precisam rever a carga tributária, que gira entre 32% e 34%. Precisamos partir para uma redução de custos e para um novo posicionamento do Brasil através do diálogo para avanço nas exportações.”

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No entendimento de Dilvo, trata-se de uma crise, mas também uma janela de oportunidade.  “O crescimento do Brasil dá certo pelas exportações, já que o mercado interno está bem abastecido e nós, produtores  temos que nos posicionar em questão aos custos das nossas propriedades”.

A medida do governo dos Estados Unidos (EUA) de impor tarifas a todos os parceiros comerciais, anunciada ontem (2), representa uma tentativa da maior potência do planeta de retomar a posição que a indústria do país já teve, além de tentar combater os déficits comerciais de bens que somam cerca de US$ 1 trilhão ao ano.

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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