Coleta de carrapatos ajuda a analisar resistência dos rebanhos

Fernanda Toigo

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Foto: extensionista rural Marina Sinott

A médica veterinária Marina Sinott, da Emater/RS-Ascar coletou carrapatos em propriedades rurais do município de Piratini, na localidade do Barrocão, para a realização do exame biocarrapaticidograma nos animais de pecuaristas da região. O exame identifica a resistência ou a suscetibilidade de carrapatos aos princípios ativos presentes nos produtos utilizados no controle do parasita.

A coleta aconteceu na semana passada (16/04) nas propriedades dos pecuaristas familiares Alberto Olímpio de Oliveira e de Juscelino Machado de Farias. O extensionista rural Pablo Costa, do município de Pinheiro Machado, também participou da ação e encaminhou amostras para análise. As visitas fazem parte do trabalho contínuo da Emater/RS-Ascar de apoio à pecuária familiar e à sanidade dos rebanhos no campo.

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A primeira coleta ocorreu na propriedade do pecuarista familiar Alberto Olímpio de Oliveira, no Quarto Distrito do município. Oliveira relatou que, no ano anterior, investiu cerca de R$ 4.500,00 na aplicação do banho com carrapaticida, que apresentou eficácia apenas nos primeiros 20 dias. Após esse período, foi necessário repetir o procedimento com frequência semanal. Segundo ele, o tratamento se mostrou inviável, levando ao uso de produtos injetáveis como alternativa.

A segunda coleta de carrapatos foi realizada na propriedade do pecuarista familiar Juscelino Machado de Farias, no Terceiro Distrito de Piratini. Ele informou ter aplicado quatro tratamentos contra carrapatos durante o último verão e destacou a importância da análise para definir com precisão quais produtos utilizar. Segundo Juscelino, o teste pode evitar o uso de medicamentos ineficazes e reduzir os custos de manejo.

O biocarrapaticidograma é um serviço gratuito oferecido pela Emater/RS-Ascar em parceria com o Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), que realiza os exames em Eldorado do Sul. Para a realização da análise, o produtor deve manter o rebanho sem aplicação de produtos químicos, tanto de contato quanto sistêmicos, por 28 dias. As amostras devem conter carrapatos teleógenas, em estágio adequado para o teste de exposição aos princípios ativos.

As amostras devem ser coletadas e enviadas no mesmo dia à sede do IPVDF, preferencialmente pela Emater/RS-Ascar. O armazenamento deve ser feito em garrafas plásticas com furos, devidamente identificadas com o nome do produtor, município, data da coleta e tipo de amostra. O material precisa ser recente e os carrapatos não devem estar excessivamente engurgitados, para que o teste seja válido.

O objetivo do biocarrapaticidograma é orientar os produtores no manejo antiparasitário, evitando o uso indiscriminado de substâncias químicas. A Emater/RS-Ascar reforça que o controle de parasitas deve combinar estratégias de manejo, uso racional de produtos e atenção à nutrição dos animais. O desenvolvimento de novos princípios ativos pode levar até 25 anos e representa alto custo, o que exige preservação das tecnologias disponíveis.

(Com Emater/RS)

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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