Pesquisadores da Embrapa Florestas (PR) alcançaram um marco histórico ao clonar uma araucária de cerca de 700 anos, que tombou em um temporal no Paraná. Antes de cair, a árvore era reconhecida como a maior do estado de sua espécie, símbolo da paisagem local.

A clonagem foi realizada por meio da técnica de enxertia, garantindo a preservação do DNA da planta original. Quatro mudas clonadas foram produzidas e plantadas em Cruz Machado, cidade onde a árvore vivia, marcando um avanço na pesquisa genética e na conservação florestal.

Indústria e pesquisa saem na frente e governo precisa correr

A clonagem de uma árvore tão antiga envolveu desafios significativos, devido à reduzida capacidade de regeneração dos tecidos de árvores idosas. Apesar disso, os cientistas conseguiram produzir mudas que, além de preservar a genética da araucária original, podem beneficiar produtores rurais com a produção precoce de pinhões.

O pinhão, alimento tradicional e de crescente valor comercial, pode proporcionar uma fonte de renda sustentável para agricultores. Contudo, as mudas exigem cuidados intensivos nos primeiros anos, como irrigação e controle de competidores naturais.

A técnica utilizada envolveu a coleta de brotos da árvore original logo após sua queda, que foram enxertados em mudas jovens, gerando clones com o mesmo material genético da araucária original. Esse método, conhecido como enxertia, foi aprimorado para árvores de porte avançado, permitindo que as características da planta mãe, como resistência e produtividade, fossem preservadas. As mudas oriundas do tronco tendem a formar árvores convencionais, enquanto as de galhos originam “mini araucárias”, de menor porte.

Além do plantio, o projeto promoveu a conscientização ambiental. Estudantes de um colégio agrícola participaram de palestras e do plantio de uma das mudas, destacando a importância da araucária na biodiversidade e seu potencial econômico para a agricultura familiar. A iniciativa reforça a preservação da espécie, que já foi amplamente explorada no passado, e incentiva a utilização sustentável de seus recursos.

O projeto simboliza um compromisso com a conservação e inovação na pesquisa florestal, servindo como inspiração para novas iniciativas no resgate genético de espécies ameaçadas. Com resultados promissores, a clonagem da araucária centenária pode representar um avanço significativo na valorização e sustentabilidade da flora brasileira.

(Com Embrapa)

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Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.