Ações rápidas mantém Estado firme no combate ao greening

Fernanda Toigo

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Foto: Adapar

A integração entre as diferentes esferas públicas, a iniciativa privada e o setor produtivo foi o destaque no Seminário de Citricultura, realizado nesta sexta-feira (14) dentro da programação da 53ª ExpoParanavaí. O greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing), é a praga mais severa da citricultura devido à sua rápida disseminação, danos profundos e dificuldades de controle.

No evento, o diretor de Defesa Agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Renato Blood, destacou as parcerias do Estado no combate ao greening. “O grande destaque do nosso trabalho é a integração com os municípios e a iniciativa privada. Com a fiscalização agindo em propriedades, o setor privado trabalhando com equipes de corte e erradicação e os municípios atuando na erradicação pela área urbana”, explicou.

Blood salientou que, com esse trabalho conjunto, o Estado conseguiu erradicar aproximadamente 1,5 milhão de plantas hospedeiras – citros em condições mais suscetíveis e murta – do Diaphorina citri, um inseto que carrega a bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas), principal agente do greening.

“Este é um dado extremamente significativo e importante para a citricultura paranaense. A junção dos esforços demonstra que, mesmo em um cenário de dificuldade, registramos um aumento de áreas plantadas, mostrando a força do trabalho integrado”, reforçou o diretor da Adapar.

O evento também contou com a apresentação dos resultados da Câmara Técnica de Citricultura, instituída pela Resolução nº 4, de 10 de janeiro de 2025, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Criada no âmbito do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), a Câmara tem como objetivos promover a discussão e a proposição de ações e normas de defesa sanitária para a cadeia produtiva de citros, além de sugerir estudos, acompanhar e avaliar iniciativas e difundir tecnologias e conhecimentos.

Ela é composta por representantes titulares de órgãos e instituições do setor, incluindo os do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) como a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), além do Sistema Ocepar, Faep, outras entidades representativas do setor produtivo e representantes de municípios.

“Essa é uma doença possível de controlar com a parceria entre o poder público, entidades representativas do setor, produtores e industriais”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza. “O Estado tem espaço para crescer na citricultura, o nosso desejo é impulsionar isso, mas precisamos unir as forças no combate ao greening senão todos perdem”.

O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, ressaltou a importância da cooperação entre diferentes entidades no combate ao greening. “A integração com os municípios, as cooperativas e a iniciativa privada tem sido fundamental para manter a sanidade dos pomares paranaenses. O trabalho conjunto permitiu avanços significativos na erradicação de plantas hospedeiras e na conscientização da população sobre a necessidade do controle do greening”, afirmou.

O Seminário de Citricultura fez parte da programação da 53ª ExpoParanavaí e destacou também mercados e sustentabilidade no setor, que tem Paranavaí como principal município produtor de laranjas. O município tem uma produção de 184 mil toneladas e um rendimento financeiro de R$ 189,1 milhões, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) dispostos no Valor Bruto de Produção (VPB) de 2023. Outros seis municípios da região noroeste completam a lista dos maiores produtores no Estado.

No âmbito estadual, dados do Deral mostram que os citros tiveram produção de 860,9 mil toneladas em 2023 – 731,6 mil de laranjas, 94,4 mil de tangerinas e 34,7 mil toneladas de limões. Em rendimento monetário, a laranja foi responsável por R$ 752 milhões, as tangerinas tiveram VBP de R$ 177,4 milhões, enquanto os limões foram valorados em R$ 55,9 milhões.

(Com AEN/PR)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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