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Justiça nega prisão de pecuarista investigado por desmate químico no Pantanal

Redação Sou Agro
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O juiz João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais de Mato Grosso, negou a prisão preventiva do pecuarista investigado por investir mais de R$ 25 milhões no desmate químico de 81 mil hectares no Pantanal.

A defesa do pecuarista alega que o fazendeiro vem cumprindo o acordo de reposição florestal feito com a Promotoria. Segundo a investigação teriam sido usados 25 agrotóxicos diferentes, lançados por aeronave, um deles tem a substância 2,4-D – a mesma usada na Guerra do Vietnã.

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O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), destaca esse como  o maior dano ambiental já registrado no estado. A área desmatada corresponde ao território da cidade de Campinas, em São Paulo.

As multas acumuladas pelo pecuarista acumulam R$ 5,2 bilhões. De 2019 até agora foram 15 autuações por danos ao meio ambiente.

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De acordo com o Ministério Público, coletas de amostra de vegetação, água, solo e sedimentos nas áreas atingidas identificaram a presença de quatro herbicidas contendo substâncias tóxicas aptas a causar o desfolhamento e a morte de árvores. Também foram apreendidas nas propriedades diversas embalagens de produtos agrotóxicos.

O  desmatamento ilegal resultou na mortandade das espécies arbóreas em, pelo menos, sete propriedades.

O trabalho acontece por meio de uma ação conjunta entre a Polícia Civil, Ministério Público, Sema-MT, Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Indea e Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).

As investigações tiveram início a partir de denúncias anônimas e o inquérito está em fase final de conclusão.

GOVERNO DO ESTADO REFORÇA FISCALIZAÇÃO

O governador Mauro Mendes anunciou  que Mato Grosso vai passar a usar inteligência artifical para evitar que ocorra casos de desmatamento químico, como o detectado na Operação Cordilheira, deflagrada pela Polícia Civil neste mês de abril.

“Nossos sistemas não estavam configurados para a detecção de casos de desmatamento químico, como ocorreu, mas já tomamos as providências e eles estarão preparados em breve, usando de inteligência inicial para detecção de qualquer alteração no bioma, não só na forma histórica e tradicional, de desmatamento com máquinas, mas também nesses casos de desmatamento químico”, afirmou.

A fala ocorreu durante evento de assinatura de um termo de cooperação para proteção do Pantanal, firmado com o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Governo de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande (MS).

O governador destacou que Mato Grosso tem feito investimentos robustos para combater crimes ambientais, como o uso de satélites para monitoramento em tempo real, e tem trabalhado de forma integrada com o Governo de Mato Grosso do Sul para a preservação do Pantanal, como no combate aos incêndios florestais.

Mauro ponderou que, no entanto, os esforços precisam ser somados à leis mais duras, reiterando a defesa pelo perdimento da terra em casos de crimes ambientais como o desmatamento ilegal.

“Não é possível imaginar que nós possamos continuar convivendo com velhos problemas. Mato Grosso investe, todos os anos, mais de R$ 70 milhões para combater desmatamento e queimadas ilegais, e todos os anos tem pessoas que insistem em teimar e continuar praticando esse crime. Isso significa que os instrumentos legais que são tomados não são suficientes para mudar a cultura de uma sociedade. Precisamos deixar de conviver naturalmente com velhos problemas e trazer medidas novas, disruptivas, que às vezes assustam, mas são necessárias para romper com esse velho paradigma”, apontou.

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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