O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê temperaturas de até 40°C nos próximos dias em várias regiões do Brasil. Para amenizar o impacto do calor extremo, a Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso publicou um alerta com orientações à população.

O Alerta Epidemiológico N°007/2023, disponível AQUI, traz cuidados voltados para o ambiente escolar, trabalhos externos e saúde animal. O documento foi realizado com base nos dados do Inmet, que prevê uma onda de calor até domingo (17.12), com grau de severidade denominado “perigo”.

Segundo o Inmet, o fenômeno acometerá vários estados do Brasil, inclusive Mato Grosso que emitiu o alerta. Para minimizar o impacto desse fenômeno na população mato-grossense, o alerta da SES lista diversas atitudes para uma vida com mais qualidade em períodos de alta temperatura.

Entre as medidas necessárias estão: beber bastante água, mesmo sem sentir sede; procurar abrigos com ar-condicionado ou locais mais frescos durante as horas mais quentes do dia; evitar atividades físicas durante o período de calor; usar protetor solar e roupas leves e ter resfriadores evaporativos e/ou cortinas para manter a temperatura interna mais amena.

A coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental da SES, Marlene da Costa Barros, explicou que esses e outros cuidados são imprescindíveis para este período, visto que as ondas de calor representam sérios riscos à saúde humana e podem causar hipertermia, desidratação, problemas respiratórios e agravamento de condições médicas pré-existentes.

“Durante o calor extremo, as pessoas podem ter convulsões, confusão mental, fraqueza, tontura, náusea, insolação, falta de ar, entre outros problemas. Por isso é importante ficarmos em alerta aos cuidados necessários para amenizar o impacto do calor sobre nossa saúde”, disse Marlene.

REDOBRAR OS CUIDADOS
A meteorologista do Inmet Naiane Araújo indica um conjunto de fatores responsáveis pelo fenômeno climático caracterizado pelo aumento anormal das temperaturas por um certo período.

“Nos próximos dias, a chance de chuva já começa a diminuir novamente, principalmente a partir desta quinta-feira, devido a uma massa de ar mais quente e seco, que vai quebrar esse canal de umidade, justamente nesta época do ano, quando nos aproximamos do verão, que é uma época mais quente do ano. Conforme a gente tem o céu aberto, mais ensolarado, com a ausência de nuvens e de chuva, as temperaturas disparam mesmo”, explicou.

A meteorologista disse que o fenômeno natural El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico) é um motivo a mais para aumentar os termômetros, mas não é o único. “O El Niño é um agravante. A gente teve a configuração do fenômeno ao longo dessa primavera e, durante o verão, deve persistir. Quando se configura um El Niño, o fenômeno bagunça o regime de chuva na área central do Brasil e tem um impacto muito claro nessa elevação das temperaturas também. Ele é um combustível a mais, sem dúvida alguma”.

Os recordes de temperatura aumentam os riscos de incêndios e prejuízos à agropecuária, com a perda de produção e mortes de animais.

A sensação térmica muito alta também pode provocar riscos à saúde, como insolação em diferentes graus. Os mais vulneráveis e que precisam de mais atenção são pessoas idosas, bebês e crianças, gestantes e portadores de doenças crônicas, como problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; além da população em situação de rua.

Para a população em geral, para se proteger da insolação, o Ministério da Saúde recomenda hidratação, resfriamento e proteção do sol e calor. A pasta preparou um guia com dicas básicas sobre como lidar com as temperaturas extremas:

· beber águas e sucos com frequência, mesmo quando estiver sem sede;

· evitar bebidas com álcool, açucaradas e os refrigerantes;

· evitar refeições pesadas e condimentadas;

· ingerir refeições leves, como saladas e frutas, a exemplo de melancia, melão e laranja;

· permanecer em locais mais frescos e arejados: à sombra, com ar condicionado ou ventilador;

· manter os ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água;

· usar roupas com tecidos e modelos frescos para deixar a pele respirar;

· tomar banhos frios ou com temperaturas mais baixas;

· evitar mudanças bruscas de temperatura;

· evitar se expor ao sol nos horários mais quentes, assim como não realizar atividades físicas nestes intervalos, principalmente, ao ar livre;

· usar protetor solar, óculos escuros e chapéus.

Aos tutores dos animais domésticos, especialistas recomendam;

· manter a água dos animais sempre fresca, limpa e disponível. Pedras de gelo podem ser acrescentadas ao líquido;

· não caminhar com os animais em piso quente para não queimar as patas;

· evitar passeios em horários de pico de temperatura;

· não deixar os pets expostos ao sol;

· avaliar o uso de ar condicionado no local onde o pet fica;

· verificar os comportamentos do animal;

· se necessário, procurar um veterinário.

Quando o corpo não dissipa bem o calor, pode ocorrer a insolação em diferentes graus. O corpo humano dá sinais desse aumento prejudicial da temperatura e um profissional de saúde deverá ser procurado. Os níveis de insolação e seus sinais são:

· insolação leve: muito suor e câimbras;

· insolação moderada: fraqueza, dor de cabeça, enjoo, vômito e irritabilidade;

· insolação grave: confusão mental; tonturas; pele quente e seca; e até perda da consciência.

Nesse caso, a orientação é chamar o mais rápido possível o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192). A ligação para o telefone 192 é gratuita e o serviço público funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Enquanto os socorristas não chegam, o acompanhante deve buscar um lugar fresco e poderá esfriar o corpo da pessoa com panos úmidos ou spray com água.