Construção de terraços em lavouras de grãos minimiza perdas provocadas pelas chuvas em SC
Os meses de outubro e novembro foram marcados por muitas chuvas em Santa Catarina e o que mais chamou a atenção dos técnicos da Epagri foi a erosão nas lavouras, encostas e estradas em geral, provocando a abertura de sulcos na superfície e levando parte da cobertura.
Porém, esta não foi a realidade do agricultor de Ouro Verde Sandro Cristiano Lazarotto, que semeou o milho no dia 5 de setembro. O segredo? Proteção do solo com plantas de cobertura e manejo da água de escoamento com a implantação de terraços.
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Com assessoria de Epagri, há quatro anos ele construiu terraços de base larga em uma área de 15 hectares com muita declividade onde cultiva soja, milho, trigo e feijão safrinha. No local ele também usa plantas de cobertura como aveia branca e preta, nabo forrageiro e ervilhaca. Sandro conta que antes disso, quando chovia, a água escorria e chegava a formar valeta. “Agora o solo não lava, não escorre, tem muito menos erosão. Antes a gente colocava a semente na terra e planta desenvolvia até a metade, não crescia, porque o solo era degradado. Agora é diferente e a gente enxerga isso nas plantas”, diz ele.
Após as chuvas dos últimos meses, os terraços provaram a eficiência na conservação do solo na propriedade de Cristiano, que sofreu pouco impacto com o fenômeno meteorológico. Na data de hoje, em que se comemora o Dia Mundial do Solo, trazemos essa experiência para mostrar a importância de práticas conservacionistas de produção preconizadas pela Epagri, como é o caso dos terraços.
“Os terraços disciplinam a quantidade e a velocidade da enxurrada de maneira a não causar erosão, promover a infiltração da água ou dirigi-la até áreas específicas para o seu armazenamento e escoamento posterior. Trabalhamos para incentivar cada vez mais essas ações”, aponta o gerente estadual de extensão rural e pesqueira da Hoilson Fogolari.
Como os terraços evitam a erosão
Terraços são estruturas de terra construídos transversalmente à inclinação do terreno com o objetivo de dividir a rampa em pedaços de modo que a água que escoa entre um terraço e outro não tenha nem quantidade e nem velocidade suficiente para causar erosão. “No final das contas, a água escoada é captada pelo canal do terraço. De acordo com o tipo de solo e a inclinação do terreno, o terraço construído ou acumula a água no próprio canal onde parte evapora e parte infiltra ou encaminha a água para um canal escoadouro. O canal escoadouro, por sua vez, fará o deságue de toda a água recebida do sistema de terraços para um local adequado”, explica o pesquisador da Epagri/Cepaf, Leandro Wildner.
Essa metodologia, comumente conhecida como Terraço for Windows, foi desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e validada pela Embrapa de Passo Fundo. Com base em informações como declividade do terreno, infiltração de água no solo e histórico de chuvas da região, um software ajuda os técnicos a planejar e dimensionar os terraços.
(Com Governo de SC)