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Perdas de nutrientes e comprometimento da produtividade são consequências da chuva em excesso na lavoura

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
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Desde fim de outubro que a chuva quase não dá trégua no Paraná. Algumas regiões são mais afetadas, como a Sudoeste e a Oeste do estado, por exemplo.

Choveu muito e ainda não deu sol suficiente para os produtores rurais continuarem o trabalho. A principal prejudicada com isso, segundo a economista do Deral de Cascavel Jovir Esser, é a cultura da soja.

“Temos perdas de nutrientes por conta do excesso de chuva. A soja que foi plantada e está no início perde a adubação executada até então e também temos muitos pontos erosivos no solo, o que deve comprometer a produtividade”, avalia.

Até mesmo o escoamento da produção fica prejudicado, por conta de rodovias que estiveram bloqueadas e outras que estão em manutenção em decorrência da chuva. Pontes no interior também foram danificadas e isso dificulta bastante o transporte.

E muita gente vai precisar replantar soja. “Além da perda de produtividade, nas primeiras semanas de novembro já havíamos considerado que pelo menos 1% da área do núcleo de Cascavel precisaria ser replantada. Mas a chuva não está dando trégua”, lamenta Jovir.

Produção de grãos no Paraná

Chegou ao fim a colheita da safra de inverno do Paraná, com apenas pequenas áreas de trigo no campo. Um boletim será divulgado ainda nesta semana com a dimensão da perda dos produtores, que foram prejudicados com clima atípico e devem contabilizar prejuízos da safra de inverno, como retração dos preços pela redução da produtividade e a queda da qualidade dos produtos em algumas regiões.

Já com relação à soja, no boletim divulgado pelo Deral na última semana, as condições da lavoura foram levemente rebaixadas. Com as lavouras boas correspondendo a 87% da área (ante 88% na semana anterior), as lavouras médias a 11% (10% antes) e as ruins mantidas em 2%. A região Norte do Estado vem mostrando ótimas condições até o momento, diferentemente das demais, que foram mais atingidas pela questão da chuva.

O milho, com 98% da área semeada, também teve as condições das lavouras reavaliadas para baixo: boas de 81% para 79%, médias de 16% para 17%, e ruins de 3% para 4%. As condições ainda piores que as da soja se explicam pela concentração da cultura no Sul do Paraná, onde choveu mais.

O plantio do feijão acelerou comparado às semanas anteriores, evoluindo de 90% para 97% da área total. As condições de tempo melhoraram, permitindo também o avanço dos tratos culturais, especialmente os controles fitossanitários. Porém, dada a grande umidade ainda presente, as condições das lavouras pioraram. As áreas consideradas ruins passaram de 4% para 8%, as em condições médias passaram de 29% para 33%, sobrando 59% de lavouras boas, ante 67% na semana anterior.

Previsão do Tempo

Segundo o MetSul meteorologia, as condições não devem melhorar pelo menos por enquanto no Sul do Brasil. A região segue registrando chuva volumosa em parte da região. Na soma de dez dias a partir de hoje, os acumulados devem ser altos em muitas cidades do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul com índices em alguns pontos de 100 mm a 200 mm. Espera-se um episódio de chuva volumosa nestas regiões na primeira metade da semana que vem, quando os volumes diários podem ser altos em muitas cidades entre o Norte do Rio Grande do Sul e o Paraná, o que poderá gerar alagamentos e inundações em algumas cidades.

Com dados do MetSul e da AEN

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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