Foto: Rafael Soares

Aumenta uso de drones de pulverização, mas atenção: é preciso ter cuidado com a tecnologia

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: Rafael Soares

As aplicabilidades e as perspectivas futuras no uso de drones de pulverização no Brasil foi destaque em um painel na Reunião de Pesquisa de Soja, em Londrina (PR), na semana passada. O mercado de drones no Brasil vem crescendo a cada ano, tanto que hoje existem 2.287 drones registrados na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o que representa um aumento de 266%, de 2022 para 2023.

Por outro lado, o Programa Portal Único de Comércio Exterior  (Portal Siscomex) tem um levantamento de que foram importados 8.737 drones de pulverização, entre 2020 e 2023. Rodolfo Glauber Chechetto, da empresa AgroEfetiva, que abordou os desafios na aplicação de drones agrícolas, apresentou preocupação com o uso dessa ferramentajá que, entre 2017 e 2023, o Sistema para solicitação de acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro por Aeronaves Não Tripuladas (Sarpas) registrou um salto de solicitações de vôos, de 19 mil para 300 mil vôos.

“Apesar do crescimento no uso, precisamos ser cuidados com essa tecnologia. Como estão sendo feitas as misturas de produtos, quais cuidados se têm para evitar deriva durante a pulverização e ainda têm havido capacitação constante e adequada aos operadores”, coloca em debate Chechetto.

Também participou do debate o pesquisador Rafael Soares, da Embrapa Soja, que vem conduzindo experimentos com drones para avaliar a eficiência da pulverização agrícola, quando comparada aos outros métodos existentes. “Identificamos que os drones podem trazer benefícios em relação à penetração de produtos químicos na planta. No entanto, por ser uma aplicação bastante técnica, requer bastante preparo do operador”, destaca.

O pesquisador diz que nos primeiros resultados de experimentos com aplicação aérea, realizados pela Embrapa Soja, este método mostrou-se tão eficiente quanto os métodos tradicionais, no controle de plantas daninhas, ferrugem-asiática e percevejos na soja. Porém, os estudos continuam para trazer resultados mais abrangentes quanto ao uso da ferramenta a campo.

Para o produtor Rodrigo Tramontina, mesmo não sendo um substituto das demais ferramentas existentes atualmente, o uso de drone  na pulverização da agricultura é um caminho sem volta. “Penso que os drones poderão trazer uma condição melhor de pulverização. Apesar de algumas especificidades, entendo que a expectativa é que tragam uma efetividade muito grande quando se trabalha de maneira correta, respeitando as doses recomendadas, a distribuição adequada e a altura correta de aplicação. É uma tecnologia promissora e que tende a ter um crescimento nas lavouras brasileiras”.

Com Embrapa

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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