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Efeitos do El Niño devem se estender por toda safra de verão

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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Depois de três anos sob os efeitos do La Niña, os produtores rurais brasileiros terão pela frente, nesse segundo semestre de 2023, o oposto do fenômeno com o El Niño. Com o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o volume e a frequência das chuvas, no Sul do Brasil, serão bem maiores que os registrados de 2021 a 2023.

As consequências já se farão sentir em julho e agosto, e deverão se estender por toda a safra de verão, mesmo que o El Niño comece a enfraquecer a partir de janeiro do próximo ano. “Será um El Niño curto e grosso”, antecipa Ronaldo Coutinho do Prado, da Climaterra.

As chuvas deverão ficar acima da média nos três estados do Sul até o final do ano. O fenômeno terá intensidade entre moderada e forte já que as águas do Pacífico deverão ficar em torno de três graus Centígrados acima da média. Coutinho projeta o pico de intensidade do El Niño entre outubro e dezembro.

O provável aquecimento do Oceano Atlântico no litoral da região Sul deverá potencializar ainda mais as chuvas. Com isso, as lavouras de trigo deverão passar por períodos úmidos, condição que favorece o surgimento de doenças. O impacto também pode se estender à soja, com maiores dificuldades para o plantio devido ao solo úmido.

EFEITOS ATÉ 2024

Coutinho explica que mesmo perdendo força a partir do início de 2024, o El Niño vai manter a tendência de chuvas acima da média até o final da safra de verão, mesmo para estados que colhem mais tarde, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Para a metade norte do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, o El Niño pode atrasar o reinício das chuvas ou deixá-las mais irregulares.

O fenômeno, porém, pode ter um efeito positivo. Com a atmosfera mais úmida, o risco de geadas tardias cai bastante. “Impossível não é, mas é bem mais difícil que ocorra geada tardia com o El Niño”, ensina Coutinho. A última vez que o El Niño se formou foi em 2015, quando provocou grandes volumes de chuvas já durante o inverno.

(Com C.Vale)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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