Prêmio Queijos do Paraná coloca em evidência a qualidade da produção estadual

Emanuely
Emanuely

Os queijos produzidos no Paraná foram elevados a uma posição de destaque, até então, sem precedentes. Em evento realizado no célebre Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, o Prêmio Queijos do Paraná se encerrou, condecorando 98 produtos com medalhas de bronze, prata, ouro e super ouro. Além disso, os jurados escolheram o melhor queijo do concurso: o Parmesão, da Frimesa, produzido em Marechal Cândido Rondon. Idealizada e produzida pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, Sebrae-PR, IDR-Paraná e Sindileite-PR, a iniciativa não parou por aí: ao longo dos últimos nove meses, foram realizadas dezenas de ações, visando fortalecer o setor lácteo.

“O objetivo deste prêmio é reconhecer os produtores rurais, que fazem um trabalho de excelência. Os queijos produzidos no Paraná têm padrão internacional. Estamos entre os melhores produtores do país. Precisávamos dar visibilidade a essa excelência. Foi isso que fizemos com esse prêmio”, definiu o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.

Dos 10 produtos premiados com a medalha super ouro, quatro vêm da pequena Santana do Itararé, cidade de 5 mil habitantes, localizada no Norte Pioneiro. Três desses queijos

têm a assinatura do produtor Leomar Melo Martins – que, inclusive, já tinha sido premiado em concurso internacional. Ele também levou para casa outras cinco medalhas: quatro de ouro e uma de prata. No palco, Martins e sua mulher, Marisa, fizeram questão de levar a bandeira do município e manifestaram felicidade pelas premiações.

“Estamos carregados de emoção. Sabemos que esse prêmio consolida todo o trabalho que estamos fazendo ao longo do tempo. Essas três medalhas são uma conquista de toda minha família, que vive em uma pequena propriedade de 3,5 alqueires. Também não poderia deixar de registrar a importância do Sistema FAEP/SENAR-PR nesse trabalho”, disse o queijeiro. “Essa premiação é motivo de orgulho. E também aumenta a responsabilidade na questão da qualidade e de representar o Estado do Paraná”, acrescentou.

Outras três medalhas super ouro foram conquistadas por pequenos queijeiros vinculados à Associação de Produtores de Queijo e Derivados de Leite da Região Centro do Paraná (Aproleq). O presidente da entidade, Roberto Carlos de Oliveira, destacou que todos os medalhistas são agricultores familiares, que têm um histórico de gerações na pequena produção de leite e que viram nos queijos uma oportunidade de agregar valor aos seus produtos. Entusiasmado, ele acredita que os bons resultados obtidos devem incentivar os produtores, fomentando, inclusive, a formalização de queijeiros, que hoje atuam na informalidade.

“Somos 19 pequenos produtores, que se dedicam desde o nascimento do animal à finalização do queijo. Além das três medalhas super ouro, produtores da nossa associação levaram quatro ouro e uma prata. Isso fortalece muito a agricultura familiar e permite aos produtores aumentar a rentabilidade”, disse Oliveira. “Foi uma festa! Nossos produtores ficaram muito felizes com os resultados. Eu cheguei no evento de manhã, como um desconhecido. À noite, depois da premiação, todo mundo queria falar comigo, pegar o contato dos produtores. Isso é um estímulo grande”, contou.

Além disso, 30 participantes conquistaram a medalha de ouro, 30 ganharam a de prata e 28, a de bronze. Todos poderão utilizar em suas embalagens o selo da premiação, agregando valor ao produto. No total, 297 queijos foram julgados ao longo do concurso. Independentemente do resultado, todos receberão um relatório com apontamentos técnicos, detalhando os pontos fortes do produto e aspectos que podem ser melhorados.

Avaliação em três etapas

Para avaliar os candidatos, a avaliação se dividiu em três etapas. Na primeira delas, 60 jurados se dividiram em 20 mesas. Em cada uma, foram julgados queijos inscritos em uma mesma categoria. Toda a análise foi feita “às cegas”, ou seja, o júri não tinha informações sobre qual queijo estava degustando. A análise levou em conta critérios técnicos e sensoriais dos concorrentes, em que se observavam quesitos, como aparência, aroma e textura dos produtos. Os jurados também avaliaram desde como o queijo se processa no paladar até a emoção que o produto provoca em quem o degusta. A avaliação foi feita no Salão de Vidro do MON – um espaço isolado, mas que pôde ser observado pelos visitantes através da vitrine.

De acordo com esses critérios, para cada queijo, foram atribuídos pontos de 0 a 20. No total, 30 candidatos fizeram 18 pontos ou mais e foram condecorados com a medalha de ouro; 30 queijos atingiram pontuação de 16 pontos, premiados com a medalha de prata; e outros 28 produtos ficaram com o bronze, após conseguirem fazer 14 pontos, na avaliação dos jurados. Para garantir padrão técnico na avaliação, todos os jurados passaram por um curso de formação promovido pelo próprio Prêmio Queijos do Paraná.

Na segunda fase, já no período da tarde, os jurados voltaram a avaliar os 30 queijos que tinham conquistado medalha de ouro. Entre estes, foram selecionados os 10 super ouro, que foram habilitados à etapa final. O júri provou um dos queijos por vez, atribuindo a nota na hora – exibindo-a em uma plaquinha. Além disso, cada jurado foi destacado para defender um dos concorrentes, falando sobre as qualidades do produto. Só então foram revelados os vencedores, sob aplausos do público que lotava o auditório.

“O que a gente anseia é que iniciativas como esta estimulem os produtores a desenvolver sua criatividade, criando receitas próprias, provocando novas sensações, não caindo numa padronização ou reproduzindo produtos já criados”, disse a queijista Flávia Rogoski, uma das juradas do concurso.

União das entidades impulsiona desenvolvimento do setor

Lançado em agosto do ano passado, o Prêmio Queijos do Paraná não se restringiu à avaliação e premiação dos concorrentes. A iniciativa reuniu 28 entidades apoiadoras, entre universidades, instituições públicas e associações ligadas à cadeia produtiva dos lácteos.

Juntos, todos levaram a campo dezenas de ações voltadas ao desenvolvimento do setor lácteo, com a qualificação de produtores de leite, de produtores artesanais de queijo e de indústrias lácteas. Além disso, também houve eventos promocionais, oficinas, minicursos e conferências online, direcionados ao público consumidor e a empórios e lojas especializadas em queijos.

O prêmio faz jus à importância do setor leiteiro estadual: há produção de leite em todos os 399 municípios do Paraná. O Estado é o segundo maior produtor de leite do país, com 12 milhões de litros/dia, dos quais 5 milhões são destinados à fabricação de queijos. É um derivado que, além de ter valor nutricional, permite agregar valor à matéria prima, fortalecendo o setor e gerando empregos e renda. A data da premiação – 1º de junho – não foi escolhida por acaso: na ocasião, se celebrava o Dia Mundial do Leite.

Ao final da premiação, o presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP, Ronei Volpi, anunciou que a iniciativa terá continuidade: em 2025, haverá a 2ª edição do Prêmio Queijos do Paraná. Até lá, as entidades permanecerão unidas em torno do desenvolvimento do setor, levando adiante o trabalho que tem surtido bons resultados. “Vamos continuar com essa iniciativa de sucesso e de união”, afirmou Volpi.

Minicursos e palestras

Além da avaliação e premiação, a programação do Prêmio Queijos do Paraná incluiu cinco palestras com profissionais e especialistas do setor de lácteos, realizadas no auditório do museu. Os temas abordados foram: cultura para queijos, inovações em tecnologias em lácteos, oportunidades no mercado de lácteos, biopreservação de queijos e oportunidade para exportações de lácteos. Também foram realizados cinco minicursos, em parceria com o SENAR-PR: três sobre montagem de tábuas de queijos, um sobre harmonização de queijos e vinhos e um sobre harmonização de queijos e cervejas.

(Com FAEP)

(Emanuely/Sou Agro)

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