Embrapa Pecuária Sul completa 48 anos com foco nos sistemas sustentáveis de produção

Emanuely
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A Embrapa Pecuária Sul, Unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, completa, no dia 13 de junho de 2023, 48 anos de atuação nos campos Sul-brasileiros. Referência na produção de tecnologias e conhecimentos para a pecuária de corte e de leite, assim como para sistemas integrados com a agricultura, o centro de pesquisa está localizado em Bagé, na região da Campanha gaúcha, com atuação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Nessas mais de quatro décadas, o Centro de Pesquisa tem buscado acompanhar de perto as necessidades do setor produtivo, no intuito de atender as demandas das diferentes cadeias envolvidas com a pecuária. Fundada em 1975, a unidade acompanhou as mudanças ocorridas na região, buscando focar em projetos de pesquisa e inovação alinhados com os maiores desafios da pecuária do Sul do Brasil.

“O nosso desafio hoje está em disponibilizar tecnologias para a produção de alimentos saudáveis, a partir de sistemas sustentáveis. O objetivo é trazer mais eficiência ao sistema produtivo, com a pecuária cumprindo papel estratégico nesses modelos de produção, com foco em aumento de produtividade e, também, na redução dos impactos ambientais. Temos a certeza que a produção de alimentos em sistemas integrados é uma grande oportunidade para trazer rentabilidade ao produtor e, ao mesmo tempo, conservar o ambiente”, destacou Fernando Flores Cardoso, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul.

Para alcançar este objetivo, o centro de pesquisa organizou a sua agenda a partir de quatro eixos. O primeiro eixo é o clima. A busca é pela eficiência de cada componente do sistema de produção, como o melhoramento genético de forrageiras e animais, por exemplo. O segundo eixo é o ambiente. O objetivo é a eficácia de todo o sistema produtivo, visando à redução de desperdício de tempo e recursos de produção. O terceiro eixo é a saúde e nutrição humana. O foco está na produção de alimentos nutritivos, saudáveis e seguros da agropecuária regional, com ênfase nas carnes de ovinos e bovinos, com valor agregado. O quarto eixo é o desenvolvimento territorial. O objetivo é valorizar as redes de produtores, através da promoção de novas dinâmicas socioeconômicas, com a incorporação de inovações tecnológicas e sociais, com foco nas cadeias produtivas agropecuárias.

Dessa forma, os grupos de trabalho da Embrapa Pecuária Sul foram divididos em quatro dimensões que interagem entre si. No eixo clima, estão os grupos de melhoramento animal, melhoramento vegetal, sanidade e bem-estar animal, nutrição animal e emissões de carbono; no eixo ambiente, estão os grupos de sistemas integrados, recursos naturais e serviços ecossistêmicos; no eixo saúde e nutrição humana, estão os grupos de qualidade e diferenciação de produtos cárneos; no eixo território, estão os grupos de dinâmicas socioprodutivas, agricultura digital e gestão espacial.

O objetivo é desenvolver as tecnologias através de parceria entre a pesquisa e o setor produtivo, em um conceito de inovação aberta. É uma forma dinâmica de acelerar o processo de incorporação das novidades nos sistemas de produção, fortalecendo as relações com organizações de produtores, instituições públicas e iniciativa privada, formando redes de cooperação que geram ambientes privilegiados de intercâmbio de conhecimentos, experiências e construção coletiva.

Atualmente, para o desenvolvimento dessas pesquisas, a Unidade dispõe de oito laboratórios, prédios administrativos, campos experimentais e profissionais capacitados, sendo 31 pesquisadores, 23 analistas, 17 técnicos e 38 assistentes.

Tecnologias disponíveis

Diversas tecnologias já foram geradas pelo centro de pesquisa ao longo da história, e podem ser usadas para atingir o objetivo de produção de alimentos saudáveis, a partir de sistemas sustentáveis. Confira algumas delas:

– O desenvolvimento da raça sintética Brangus e a continuidade das pesquisas para a seleção de linhagens mais produtivas;

– Aperfeiçoamento genético e lançamento de cultivares de espécies forrageiras, como a BRS Estribo de capim-sudão.

– O Método Integrado para Recuperação de Pastagens (Mirapasto);

– Reconhecimento e revalorização do campo nativo do Pampa;

– Genética Booroola e Vacaria, que propiciam maior prolificidade em ovinos;

– Seleção genômica de animais resistentes ao carrapato;

– Realização de provas de desempenho de bovinos das raças Angus, Braford, Charolês e Hereford;

– Desenvolvimento de produtos cárneos ovinos, como copa, presunto e bacon;

– Avaliação do papel da pecuária na dinâmica dos gases de efeito estufa;

– Pasto sobre Pasto, estratégias de manejo de mesclas forrageiras;

– Além da participação em redes como o Alto Camaquã, Balde Cheio, Rede Leite e Sulpasto.

(Com EMBRAPA)

(Emanuely/Sou Agro)

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