Foto: reprodução O Paraná

Destaque no agro, Cascavel deve ficar em 3° lugar no Valor Bruto de Produção do PR

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: reprodução O Paraná

Se tudo se confirmar, Cascavel no Oeste do Paraná, estará em terceiro lugar no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná. Pelo menos é o que diz a análise preliminar publicada pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

A cidade deve permanecer na terceira posição com R$ 3.198.711.181,90. Na conhecida Capital do Oeste, o destaque no relatório do VBP foi para o frango de corte que representou R$ 560.312.069,75.

Segundo a estimativa, o VBP total do estado, somou R$ 191,2 bilhões.

O Oeste ainda ocupa outro lugar importante nesse ranking, Toledo deve ser mais uma vez o topo do ranking do VPB estadual. Com valor de R$ 4.290.849.170,82. A cidade perdeu 5% do valor absoluto com relação ao levantamento de 2021, mesmo assim permanece ocupando o destaque.

O setor de suinocultura representa 40% do VBP do município e somente em 2022 movimentou R$ 1.300.457.031,54.

O milho safrinha também representou produção considerável no relatório e representou R$ 504.886.720,00 do valor total.

Em segundo lugar no ranking, permanece a cidade de Castro, com R$ 4.152.524.326,92.

Os números totais do Paraná representam um crescimento de 6% em relação ao VBP de 2021 (R$ 180,6 bilhões), segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), responsável pelo levantamento.

No entanto, se considerada a inflação do período e corrigindo os valores de 2021 a preços de 2022, o resultado foi 5% menor.

O VBP contempla aproximadamente 350 itens diversificados, incluindo grãos, proteínas animais, fruticultura, floricultura, silvicultura e uma ampla gama de produtos da agropecuária paranaense. Os dados são levantados pelos técnicos do Deral ao longo do ano com pesquisas de preços e das condições das lavouras nos municípios.

Top 10

Este levantamento de VBP é realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab desde 1997 e, desde então, Toledo ficou em primeiro lugar no âmbito estadual em 24 oportunidades, sendo desbancada por Castro somente em 2009 e 2012. O município dos Campos Gerais aparece na segunda posição deste ranking, com Valor Bruto de Produção Agropecuária de R$ 4.152.524.326,92 (R$ 138.324.843,90 a menos que a Capital Paranaense do Agronegócio) – o pódio é completado por Cascavel (R$ 3.198.711.181,90).

Outros três municípios da área de abrangência do escritório local da Seab estão entre os dez maiores VBP do Paraná: Santa Helena (5º, R$ 2.321.406.367,56), Marechal Cândido Rondon (8º, R$ 2.042.885.535,45) e Assis Chateaubriand (10º, R$ 1.754.033.041,71). Guarapuava (4º, R$ 2.664.212.533,09), Carambeí (6º, R$ 2.245.739.924,55), Tibagi (7º, R$ 2.161.485.961,71) e Dois Vizinhos (9º, R$ 2.007.296.917,85) fecham o “Top 10” que responde por quase 14,04% do VBP do Paraná, que chegou à marca de R$ 191,2 bilhões.

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, reforçou que o VBP serve de referência para a repartição do ICMS com os municípios, além de mostrar a grandeza do que é produzido no campo. Ele explica que a agricultura paranaense enfrentou dificuldades no ano passado. Sob a permanência dos efeitos da La Niña, as condições climáticas impactaram a safra 2021/2022, prejudicada pelo frio e pela seca. “Tivemos uma quebra de mais de 13,5 milhões de toneladas, considerando o feijão, milho, soja e trigo. Se não fossem as perdas, teríamos alcançado cifras ainda maiores”, completa.

A expectativa inicial era que a produção de feijão (1ª e 2ª safras), milho (1ª e 2ª safras), soja e trigo poderia superar 46 milhões de toneladas. No entanto, dadas as adversidades, a colheita dessas culturas somou 33 milhões de toneladas.

RESULTADOS – Segundo a economista do Deral Larissa Nahirny, apesar das perdas nos grãos, a produção pecuária, que se manteve em patamares elevados, e a valorização dos preços foram fatores relevantes para que o resultado final do VBP fosse satisfatório. “No Paraná, os preços recebidos pelos produtores dos itens pesquisados no VBP aumentaram, em média, 21% em 2022. Das 55 culturas mais expressivas, 39 tiveram variação positiva no período”, diz.

DESTAQUES – Mesmo com a quebra, a soja continuou com o maior valor entre os produtos, alcançando R$ 35,78 bilhões, seguida do frango de corte, com R$ 34,6 bilhões, do milho, com R$ 20,2 bilhões, e do leite, que rendeu aos produtores R$ 11,4 bilhões.

PECUÁRIA – O relatório confirma a liderança da produção pecuária na formação do VBP. O setor representa 51% do valor gerado nas propriedades rurais do Paraná em 2022, com R$ 96,7 bilhões. “Isso significa que estamos agregando mais valor à soja e ao milho, que são a base da alimentação animal”, analisa o secretário Norberto Ortigara. Embora a cifra tenha sido bastante elevada, o valor não cresceu em termos reais.

O setor da avicultura como um todo, incluindo produção de frango de corte, para recria, ovos férteis e ovos para consumo, é o primeiro produto na geração de valor nas propriedades rurais no ano passado, com R$ 45 bilhões.

GRÃOS – O segundo grupo mais representativo no valor total (40%) corresponde aos grãos, com R$ 76,06 bilhões. A soja, que rendeu R$ 35,78 bilhões, é o produto com maior representatividade. Esse rendimento do grão é 37% menor do que em 2021, o que se explica pela quebra na safra, bastante prejudicada pelos fatores climáticos.

PRODUTOS FLORESTAIS – A produção florestal ampliou sua participação no valor total, de 3% em 2021 para 5% em 2022. O setor somou rendimentos de R$ 9,44 bilhões no Paraná em 2022, um crescimento real de 37% com relação ao ano anterior (R$ 6,2 bilhões). “O destaque absoluto foi a receita oriunda das toras para papel e celulose, a qual dobrou de valor e totalizou R$ 1,8 bilhão”, completa a economista do Deral.

HORTALIÇAS e FRUTAS – Na produção de hortaliças, que rendeu R$ 6,3 bilhões, um crescimento real de 22% comparativamente a 2021 (R$ 4,65 bilhões) os principais produtos foram a batata inglesa (R$ 1,58 bilhão) e o tomate (R$ 1,04 bilhão).

O setor de frutas atingiu aproximadamente R$ 2,5 bilhões em VBP, valor 7% superior ao registrado em 2021 (R$ 2,10 bilhões). Os destaques foram a laranja (R$ 619,6 milhões), o morango (R$ 389 milhões) e as uvas (R$ 291,2 milhões).

MUNICÍPIOS – A partir da publicação das informações preliminares no Diário Oficial, os técnicos e gestores municipais analisam os números e, caso desejem, podem entrar com recurso fundamentado para questionar dados do desempenho agropecuário. “O prazo é de 30 dias a contar da publicidade oficial. Depois desse período, o Deral divulga o resultado final do VBP de 2022”, explica o chefe do Departamento, Marcelo Garrido.

(Com AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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