Foto: MST

“Em Goiás, não temos invasão de terras”, disse governador que será ouvido na CPI do MST

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: MST

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) realiza nova audiência pública nesta quarta-feira (31). Desta vez, para ouvir o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. A audiência será realizada às 14 horas, no plenário 2.

Caiado será ouvido a pedido do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). “A presença do governador como convidado na CPI enriquecerá o debate já que o estado de Goiás não conta com nenhuma ocupação do MST”.

 

Gayer afirma que Ronaldo Caiado participou de encontro da Frente Parlamentar da Agropecuária na semana passada em Brasília e comentou que em “território com força na agropecuária, não existem ocupações de terra por parte do MST.”

Ainda segundo Gayer, Caiado disse que cabe ao governo do estado e às forças de segurança manterem a paz no campo.

Governador Ronaldo Caiado participou de reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária em Brasília | Foto: Comunicação/FPA

Ainda na reunião o governador Ronaldo Caiado defendeu a proteção das propriedades rurais durante encontro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília disse: “É inadmissível que se coloque em risco um segmento que traz condições de equilíbrio fiscal para o país e ao mesmo tempo oportunidades de emprego e avanços”, afirmou o chefe do Executivo goiano.

O encontro da FPA é motivado pela onda de invasões de terra, que ocorre em várias regiões do país. A ação é liderada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde o início do mês, em uma ação batizada de ‘Abril Vermelho’. “Cabe ao governador e às forças de segurança manterem a paz no campo. Em Goiás, não temos invasão de terras”, disse Caiado.

Em Goiás, somente em 2022, foram registradas 32 tentativas de invasão a propriedades, contra 16 neste ano, todas sem sucesso e encerradas de forma pacífica. A efetividade foi atribuída pelo governador ao Batalhão Rural da Polícia Militar, criado em 2019, que além de mapear as propriedades rurais, atua na prevenção de diversos crimes, como furtos e roubos. Em diversas ocorrências, como ocorreu em Hidrolândia, em março passado, a tentativa foi impedida apenas com diálogo.

 

O ANDAMENTO

Semana passada, mostramos aqui no Sou Agro que os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as invasões de terras privadas decidiram os primeiros requisitos de convocação ou convite para depoimentos na CPI. Com aproximadamente 130 pedidos já protocolados, a CPI promete aprofundar a investigação sobre o movimento e suas atividades.

A Comissão aprovou a convocação para esclarecimentos dos ministros do governo Lula, Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (MDA), além do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Lideranças do MST e de outros movimentos de luta agrária, como a FNL, também serão convocadas. As datas para os depoimentos ainda serão definidas

Também foi solicitada a convocação do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, para explicar as invasões que ocorreram no Estado, bem como a de representantes da empresa Suzano – que teve fazendas invadidas no início do ano. Durante a reunião também foram propostas visitas técnicas aos locais de invasões.

Vice-presidente da CPI e membro da FPA, o deputado Kim Kataguiri (União -SP) apontou o que espera da comissão. “É necessário produzir um relatório que, não só aponte quem cometeu os crimes, mas também traga uma sugestão de legislação para que essas invasões não voltem a acontecer”.

Foram aprovados 11, dos 15 requerimentos apresentados durante a sessão desta quarta-feira. As convocações e convites para depoimento têm como objetivo obter informações para o andamento das investigações e a elaboração de um relatório conclusivo sobre as atividades dos grupos responsáveis pelas invasões.

Veja o que disseram os membros da Frente Parlamentar da Agropecuária:

Deputado Gustavo Gayer (PL-GO)“O objetivo aqui é justamente investigar um grupo armado, organizado e criminoso, que está destruindo as nossas terras e que está invadindo propriedades privadas, aterrorizando famílias no campo.”
Deputado Domingos Sávio (PL-MG)“É fundamental que a gente não tome nenhum posicionamento sem ver, sem ir no local, sem colher provas e informações essenciais para deliberar com justiça.”
Deputado Lucas Redecker (PSDB-RS)“Nós estamos aqui para fazer com que as terras sejam produtivas, não sejam invadidas, que aqueles que forem assentados tenham o direito de produzir e de ter a posse da sua terra.”
Deputado Marcos Pollon (PL-MS)“Estão acontecendo crimes e nós temos que apurar quem são os criminosos, quem fomenta esses crimes. Alguém está por trás disso e nós estamos investigando.”
Deputado Messias Donato (REP-ES)“A gente utiliza esse espaço da CPI para poder ceder a nossa voz para as famílias dos produtores rurais que estão com medo, vivendo um período de angústia, insegurança jurídica e psicológica.”
Deputado Delegado Éder Mauro – (PL-PA)“Têm aqueles que invadem área, aqueles que criam cárcere privado contra quem produz, que queimam imóvel de produtor e diz que são produtores de alimentos, são produtores de crime.”
Deputada Magda Mofatto (PL-GO)“Realmente precisamos fazer um levantamento para ver quem financia os crimes cometidos pelo MST.”

 

MST
A CPI, instalada no último dia 17, vai investigar as invasões do MST. O colegiado é presidido pelo deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e tem como relator o deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro.

(Com Agência Câmara de Notícias, Governo de Goiás e FPA)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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