Foto: Reprodução/Anhanguera

Transformação digital é oportunidade de carreira no setor do agronegócio

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: Reprodução/Anhanguera

O agronegócio é um setor que representa mais de ¼ do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e há pouco mais de uma década vive uma transformação digital, gerando mudanças significativas no cenário de carreira do país. Além de agrônomos e veterinários, os profissionais de tecnologia também estão no foco dos recrutadores. Segundo a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), é previsto que, em dois anos, sejam disponibilizadas mais de 178 mil vagas exclusivas para esses especialistas, devido à exigência do mercado para uma produção alimentar sustentável, capaz de atender o crescimento populacional do mundo.

Como explica o coordenador do curso de Engenharia da Computação da Faculdade Anhanguera, professor Yuri Mendes Mostagi, o profissional especializado em gerar soluções para o campo fará o uso da tecnologia de forma integrada, atingindo toda a cadeia de produção do agricultor. “Além de agro serviços para o produtor, ele é responsável por conectar todos os outros componentes dentro da organização através do mapeamento de problemas, implementação de projetos digitais e coordenação de equipes, em segmentos como agroindústria, insumos e exportação”.

A chegada da Agricultura 4.0 permitiu o desenvolvimento de ferramentas inovadoras e tecnológicas aplicáveis às práticas agrícolas, em busca da automatização das operações por meio do uso de inteligência artificial. Alguns exemplos são o controle de tratores para diminuir a carga de trabalho desde o plantio até a colheita, e na utilização de drones para auxiliar na identificação de pragas, escolha do período da próxima colheita e elaboração de relatórios de plantio. Uma pesquisa realizada pelo Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 2020, os agricultores brasileiros adotaram ao menos uma tecnologia digital na produção agrícola.

DÉFICIT DE PROFISSIONAIS

Mesmo em movimento de expansão, esse mercado carece de candidatos experientes para atuar no segmento. Ainda que exista um esforço para aumentar o volume de vagas, a previsão é que haja apenas 32,5 mil profissionais qualificados para preencher essas oportunidades. O levantamento da GIZ afirma que, até 2030, o déficit pode chegar a 64% para técnicos em agricultura digital. Então, para cada dez vagas ofertadas, menos de quatro serão preenchidas.

Para atuar nesta área, existem opções que remuneram acima de R$ 14 mil por mês, entre elas estão cargos de liderança e técnico. Veja, a seguir, quais são as carreiras que profissionais de tecnologia podem exercer dentro do agronegócio:

Gestor do agronegócio: o profissional assumirá um cargo de liderança, cuja função principal é identificar demandas no campo e propor soluções tecnológicas cabíveis, sendo responsável por estruturar, implementar e monitorar projetos digitais em propriedades agrícolas.

Operador de drones: para exercer essa profissão, é necessário entendimento de aviação, conhecimento de rotas, velocidade e aceleração. Através dos dados capturados pelo drone, é possível identificar problemas em plantações, localizar animais, pesquisar hectares, doenças e danos causados por problemas climáticos, entre outros processos.

Designer de máquinas agrícolas: para diminuir o impacto da produção no meio ambiente, o profissional deve desenvolver ferramentas econômicas e sustentáveis. Algumas características fundamentais desse designer são o desenvolvimento de produto, tecnologias de digitalização, design e sustentabilidade.

Engenheiro de automação agrícola: é responsável por projetar fazendas, gerenciar processos operacionais de produção e integrar todos os integrantes da cadeia de produção agrícola, pecuária e florestal.

Cientista de dados agrícolas: o profissional utilizará algoritmos para cruzar dados e analisar os melhores cenários para uma fazenda, envolvendo produção, gestão de recursos naturais, além de dados estatísticos sobre o mercado a fim de auxiliar na tomada de decisões.

Técnico em agronegócio digital. o profissional é focado em negócios a partir do uso de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) para melhorar a produção da fazenda, considerando os elementos do campo, desde o plantio, cuidados com animais e clima, através do uso de dados e softwares.

Com Assessoria

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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