O problema para o escoamento da safra de grãos no Brasil é considerado o principal fator para queda nos preços, principalmente da soja, segundo consultor da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) Matheu Pereira.

As chuvas nas regiões dos portos fizeram com que o carregamento de grãos para escoamento da safra demorasse muito: um mesmo navio que em janeiro demorava 3 a 5 dias para embarcar as sacas de soja, agora demora de 11 a 15 dias. E com isso os chamados “prêmios de exportação” ficaram em valores negativos.

“Tudo isso fez com que o produtor perdesse, pelo menos, 29 reais a saca de soja”, explicou. Com esse excesso de oferta de grãos, os valores destes prêmios caíram e só agora, no fim de colheita no País, é que a situação deve ser amenizada.

“Estamos com colheita na reta final no país e desta forma deixamos de colocar oferta de soja. Escoando mais para fora do país, os preços devem se estagnar”, afirmou.

Nós estamos acompanhando a queda nos preços que vem desde o início do ano aqui no Sou Agro e já falamos, algumas vezes, sobre os motivos que levaram o valor da saca da soja, principalmente, a despencar.

O consultor da Aprosoja também comentou sobre a super safra de grãos no país. “Tivemos, neste ano, o maior nível de grãos de safra verão comercializável da história do Brasil. Muita soja para ser comercializada ao mesmo tempo e por isso os preços caíram tão rapidamente”, reforçou.

O clima ajudou na maior parte do país. “Além disso, no Brasil, tivemos ampliação de 5% da área de soja, a maior já plantada. Tivemos problemas com chuvas durante a colheita, mas isso não atrapalhou a nossa produção. Já para a parte logística, ficou complicado por que a grande maioria dos portos só carrega com tempo aberto e por isso esse reflexo comentado, da demora para escoamento”, ressaltou.

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(Tatiane Bertolino/Sou Agro)