Foto: arquivo Agrishow
POLÍTICA

Polêmica política faz Agrishow cancelar cerimônia oficial de abertura

Foto: arquivo Agrishow
Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Toda polêmica envolvendo a Agrishow na última semana fez a organização do evento tomar uma decisão: não haverá mais cerimônia oficial de abertura. A solenidade que aconteceria neste dia 1 de maio, foi cancelada.

“Em virtude de toda a repercussão gerada pela cerimônia de abertura da 2ª edição da Agrishow, as entidades realizadoras do evento (ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, ABIMAQ – Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos, ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos, FAESP – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e SRB – Sociedade Rural Brasileira), optaram por não realizar solenidade de abertura da feira, prevista para o dia 1º de maio, às 11h”, disse o comunicado da Agrishow.

 

Esse cancelamento da abertura não significa que o evento não terá início, pelo contrário, ele vai começar, apenas não terá uma cerimônia no primeiro dia.

“A Agrishow mantém a sua tradição de ser a principal vitrine do setor apresentando o que há de mais moderno em tecnologia para o agronegócio, soluções para pequenas, médias e grandes propriedades, estimulando a realização de negócios. Reiteramos o convite para que mantenha a sua agenda de visita ao evento para conhecer as inovações que estão ampliando a competitividade e desenvolvimento do setor”, dizia a nota da Agrishow.

A POLÊMICA 

Tudo começou quando o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, informou que não ia comparecer à Agrishow. A agenda dele estava reservada para comparecer ao evento no Dia do Trabalhador, 1º de maio. Mas ele foi avisado da presença do ex-presidente da República Jair Bolsonaro e decidiu não comparecer ao evento.

Na data, a informação foi publicada pelo Globo Rural, no globo.com, dizendo que Fávaro recebeu uma ligação do presidente da feira, Francisco Matturro, que informou sobre a presença de Jair Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na abertura do evento. O presidente do evento teria sugerido a ida da comitiva de Brasília no dia seguinte.

Na Agrishow, o ministro da Agricultura anunciaria a liberação de mais de R$ 400 milhões de suplementação orçamentária para amenizar juros do Plano Safra 2022/2023. O anúncio dessa liberação deverá ser feito em outro evento, segundo o Globo Rural.

O ministro também pretendia falar da construção do novo Plano Safra 2023/24, que deverá ser anunciado em junho, e da linha em dólar lançada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o agro recentemente.

Cancelamento de patrocínio

Pois bem, depois de tudo isso, na sexta-feira (28), a polêmica teve mais um capítulo. O que era uma especulação nesta semana, se tornou realidade. O Governo Federal e o Banco do Brasil deixaram de patrocinar a Agrishow, a maior feira de agronegócio da América Latina.

A confirmação do fim do patrocínio foi feita ao Valor pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.

É que o comunicado feito pela Agrishow, não foi bem recebido pela atual gestão e assim nem o Governo Federal, nem o Banco do Brasil são mais patrocinadores do evento. O BB que deve manter a presença com atuação comercial e atendimento de cliente informou em nota que: “O Banco do Brasil tomará as medidas cabíveis se, durante a feira, houver qualquer desvio das finalidades negociais previstas”.

Já o ministro Fávaro, em entrevista à CNN, nesta semana, disse que não guardava rancor por não participar da Agrishow: “Sem nenhum rancor, compreendo as entidades. Eu fui desconvidado talvez para evitar algum mal-estar. Foi pedido se não seria melhor eu ir no dia 2. Eu entendi o recado, compreendo. Em outra oportunidade, eu visito o Agrishow com muito carinho. Tudo no seu tempo”, disse.

O evento tinha patrocínio oficial do governo federal e do Banco do Brasil. Mas com a decisão, isso não acontece mais.

O QUE DIZ A AGRISHOW

A organização da Agrishow disse em comunicado que: “apesar das notícias, a direção da feira não recebeu, ainda, um comunicado oficial para poder se manifestar”.

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)