"Se ela não interagir, vai ficar para trás", diz produtora sobre a importância da mulher no agro

SOU AGRO MULHER

“Se ela não interagir, vai ficar para trás”, diz produtora sobre a importância da mulher no agro

Débora Damasceno

5 de março de 2023 às 10:00

#souagro| Neste mês da mulher, escolhemos elas, para publicar uma série especial, afinal, o público feminino tem ganhado cada vez mais espaço no campo. Exemplo disso está dentro do Sindicato Rural de Cascavel, onde há uma Comissão Feminina que é exemplo para o Paraná e para o Brasil, tanto em organização quanto em participação das mulheres.

E é dentro deste grupo que elas buscam se aperfeiçoar por meio de cursos do Senar, para levar ainda mais conhecimento para dentro das propriedades. As histórias dessas mulheres foram usadas como exemplo para caravanas de todo Estado durante o Show Rural 2023 e agora serão apresentadas como incentivo para todo público feminino que está ou quer ingressar no agronegócio.

mulher mulher

Vanice Zitterell é produtora de morangos, casada há 30 anos e mãe de um filho de 23, tem o DNA agro: “Sempre trabalhei na propriedade rural e desenvolvo toda a minha atividade, minha vida aqui na propriedade eu nasci aqui, me criei no Agro, nunca saí do Agro”, detalha Vanice.

Dentro da propriedade Vanice ajuda em tudo que é preciso e mostra que o papel da mulher é fundamental nos resultados da família. E se todo mundo trabalhar junto, a colheita será sempre mais farta: “Eu faço um pouco de tudo. Conselheira, empreendedora. Gosto de nunca estar parada, sempre estar fazendo alguma atividade, alguma coisa. Auxilio eles na produção de grãos, aí eles me ajudam na estufa. Então, aqui em casa eu falo que existe uma sincronia de troca de serviço. Depois de Deus eu vejo que o marido e o filho são meu braço direito, meu braço esquerdo, são minhas pernas. Quando não estou aqui no sítio, são meus olhos. Então eu vejo que eles são eu também. Então, sem eles, não seria nada”, conta.

Mas Vanice só começou na produção de morangos quando ela resolveu aprender e começar um curso profissionalizante, foi lá que ela encontrou respaldo para iniciar algo novo e garantir mais renda familiar.

“Tinha 36 anos de idade quando eu iniciei fazendo Empreendedor Rural no Sindicato Rural, através do Senar. Então, ali foi um ponto chave de buscar conhecimento. Tinha vontade, eu fazia, mas às vezes a gente não fazia o mais organizadinho e ali, no Empreendedor Rural, eu aprendi a fazer contas e ver o custo qualidade. Então, a gente põe muita coisa no papel e isso dá muito resultado pra nós. Comecei fazendo curso e hoje não paro mais, já tem mais de dez que eu fiz. Mas tinha um curso do Senar sobre morangos, fui lá fazer e aquilo me encantou. Faz toda diferença, eu levo conhecimento e trago conhecimento, é uma troca. O papel da mulher é fundamental no campo, se ela não quer interagir, ela vai ficar para trás”, explicou.

Como exemplo dentro da propriedade, Vanice reconhece que o papel da mulher tem se tornado cada vez mais fundamental para o andamento das atividades dentro da propriedade e dá uma dica para todo público feminino que ainda tem algum receio de iniciar os trabalhos dentro do agro.

“O papel da mulher no campo é fundamental. Se ela não interagir, ela vai ficar para trás. Então vá se inteirar porque vai fazer toda a diferença. O dia que um deles faltar que a gente dê continuidade. Eu me sinto uma pessoa valorizada pelo que eu faço o amor que eu transmito nessa plantinha vai para essa pessoa também. O grão, o alimento, o fruto, tudo o que a gente leva para a cidade e vende para o pessoal, a gente tem sempre tem um feedback muito bom”, finaliza.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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