Foto: Cibiogás

Oeste do Paraná é exemplo nacional em redução da emissão dos gases de efeito estufa

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Hoje vamos falar sobre um assunto aqui no portal Sou Agro, que tem se tornado pauta cada vez mais recorrente no agronegócio, que é a redução da emissão de gases de efeito estufa. E nós conversamos com o diretor de desenvolvimento tecnológico do CIBiogás, Felipe Marques da região Oeste do Paraná, que falou um pouquinho sobre essa tendência e também da potencialidade que a nossa região tem para o setor.

“Realmente, nos últimos meses o assunto mudanças climáticas têm ganhado muito mais força, especialmente em estratégias para redução de emissão de gases do efeito estufa. E isso tem a ver basicamente com dois fatos que ocorreram, um ainda em andamento. A questão da pandemia que ela fez com que as pessoas experimentassem o mundo sem se transportar muito, sem experimentar tanto o consumo de diesel e gostaram disso. Então a gente sabe de relatos de pessoas que moram em cidades grandes sobre conseguir ver o sol e até por isso, esse fato. Eles chamam de fator céu azul. Outro é a questão da guerra na Ucrânia. Então, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, houveram dois impactos. Um na parte de fertilizantes em que a Rússia é um grande fornecedor de fertilizantes para o agronegócio brasileiro. Então, a gente, dentro da posse da iminência de alguma dificuldade em se trazer fertilizantes, se olhou para as estratégias que podem reduzir emissões de gases de efeito estufa e produzir fertilizantes no próprio território brasileiro e também a questão de se ver alternativas ao gás natural” detalhou.

Quando se fala em agronegócio, há muitas possibilidades de contribuição para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

“Trazendo para o nosso agronegócio que muito pode ser feito para auxiliar nisso. Inclusive, o Brasil participa de um acordo para essa diminuição. E no agronegócio, como é que você vê isso? A gente já vê essa integração lavoura, pecuária, lavoura, pecuária, mas a gente tem muitas outras possibilidades. Quando a gente fala do biogás e seu impacto no agronegócio, ele consegue atingir em duas frentes, uma saída em gás, que é o biogás, que tem um conteúdo energético em metano. E a gente tem de gestar esse efluente líquido que tenha alto valor agronômico. Então, ele tem baixa concentração de matéria orgânica, mas tem alta concentração de nitrogênio e fósforo e o Brasil compra a maior parte do nitrogênio de fósforo consumido no Brasil. Só que não está produzindo nitrogênio, fósforo todo dia. Então existe essa possibilidade vinculada ao de status, de se estabelecer uma rota de valorização. Então, os processos de fertirrigação eles devem ter recomendação agronômica e dá para se trabalhar muito forte. Economia circular e evitar custos importantes. Quando se faz o uso de substrato como um biofertilizante e tem o biogás, ele pode ser usado para basicamente três aplicações técnicas a energia elétrica, a energia térmica e o biometano, que pode ser utilizado como um combustível”, explica Felipe.

O Oeste do Paraná se destaca por já estar pensando nisso muito antes desta pauta ser tão recorrente.

“Desde 2006, o Oeste já produz biogás e a gente já exporta aí alguns modelos de negócios e arranjos tecnológicos para produzir biogás. Então, o primeiro projeto de geração distribuída aí foi um projeto aqui em São Miguel do Iguaçu. A gente tenha no Oeste do Paraná mais de 57 plantas produzindo ou produzindo biogás. Elas são de dejetos da bovinocultura, laticínios, frigoríficos, estações de tratamento de esgoto, aterro sanitário e seculares de mandioca. Agora a gente está terminando de instalar uma central de bioenergia em Toledo, que vai receber resíduos. Então, são modelos bastante diversificados. Então, hoje o Paraná é uma referência no Brasil em termos de tecnologia, modelos de negócio, estratégias de mercado. A gente já testou muitas coisas aqui no Oeste do Paraná, então muita coisa que a gente vê acontecendo no Brasil inteiro começou por aqui. Então a gente tem bastante orgulho do que o oeste do Paraná faz pelo biogás e o quanto ele consegue ser exportador para o resto do Brasil. Quem vem ao Oeste do Paraná, consegue ver bons exemplos de onde consegue chegar”, detalha Felipe.

Para ficar claro ao produtor, o investimento em ações sustentáveis que reduzam essas emissões de gases, além de favorecer o meio ambiente ainda é algo que trará bons resultados para às propriedades.

“Vai ter bons resultados, não. Não tenho dúvida”, finaliza Felipe.

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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