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Cresce receita com exportação de carne brasileira e ações têm bons resultados

Tatiane Bertolino
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No ano passado, a receita com a exportação de carne superou a cifra de US$ 13 bilhões, o que significou o crescimento de 42% em relação a 2021, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O Brasil quer repetir em 2023 o bom desempenho com a comercialização de carne bovina para o exterior verificado em 2022.

O aumento da receita com exportação foi justificado pelo crescimento da demanda e a valorização do produto pelo mercado externo. Os dados da Abrafrigo mostram que o volume exportado em 2022 foi 26% maior do que o registrado no ano anterior.

Mais de cem países ampliaram a exportação de carne bovina vinda do Brasil. A China foi o principal mercado consumidor, responsável pela aquisição de mais da metade (53,3%) do produto exportado. Em seguida, estão Estados Unidos, Chile, Egito e Hong Kong, nesta ordem.

Cotação na Bolsa de Valores

Paralelamente aos bons resultados alcançados com a exportação em 2022, as ações das empresas do setor listadas na Bolsa de Valores (B3) viveram um período de normalização das cotações.

De acordo com o analista Jader Lazarini, a movimentação observada foi de correção do desempenho acima do normal ocorrido em 2021. Dessa forma, o ano passado foi considerado um momento de ajuste das cotações.

Na B3 estão listadas empresas como BRF (BRFS3), JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3). Na avaliação de Lazarini, os frigoríficos brasileiros estão entre os mais relevantes do mundo e, por isso, as perspectivas para o desempenho em 2023 estão diretamente atreladas ao consumo global do produto.

A movimentação dos mercados consumidores chinês e estadunidense irão impactar diretamente na demanda por carne bovina brasileira e no desempenho das empresas do setor na B3

Desafios e oportunidades para 2023

O ano de 2023 teve início com a projeção de uma possível recessão global, conforme informado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em janeiro. A retração econômica vivida por China, Estados Unidos e União Europeia foi a justificativa para a análise feita pelo FMI.

O FMI explicou que a China deve sofrer com a redução do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Já os Estados Unidos enfrentam a maior alta inflacionária ocorrida em quatro décadas. A economia europeia sente os reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Dessa forma, o cenário mostra-se desafiador para o consumo global.

Em fevereiro, outra notícia trouxe incertezas para os frigoríficos brasileiros: o governo chinês suspendeu a compra de carne bovina brasileira. A medida se deu após a confirmação de um diagnóstico de encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como doença da vaca louca. O animal foi sacrificado.

De acordo com informações do Ministério da Agricultura, no momento, o Brasil aguarda a decisão do governo chinês de revogar a suspensão. A retomada das vendas para a China é considerada fundamental, tendo em vista que se trata do principal mercado consumidor da carne bovina brasileira.

Em contrapartida aos desafios, há oportunidades que podem ser exploradas pelos frigoríficos brasileiros. A expectativa é que o mercado nacional siga com o consumo de carne em alta, conforme Lazarine. Ele pontua que os pecuaristas do país têm feito grandes investimentos nos últimos anos e os retornos começaram a ser observados.

A força do setor nacional é um dos principais fatores apontados para a conquista de resultados positivos em 2023. Lazarine destaca que as quatro maiores empresas integram o Ibovespa e somam quase R$ 70 bilhões em valor de mercado.

No fim do ano passado, a BRS ingressou no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, responsável por avaliar critérios como eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.

Com assessoria

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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