Foto: Gilson Abreu/AEN

Com colheita avançada, relatório confirma maior safra de soja da história do Paraná

Emanuely
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Foto: Gilson Abreu/AEN

#sou agro| O relatório mensal divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, nesta quinta-feira (30), reforça o recorde esperado para a produção de soja na safra 2022/2023.

Segundo os técnicos, o Paraná deve produzir 22,18 milhões de toneladas do grão em uma área de 5,76 milhões de hectares. O volume é 82% superior ao do ciclo 2021/2022. A produtividade desta atual safra é de 3.845 kg por hectare.

O chefe do Deral, Marcelo Garrido, explica que esse bom desempenho se deve, especialmente, às condições climáticas favoráveis. Nesta semana, a colheita chegou a 77% da área, índice que, apesar de estar atrasado comparativamente a safras anteriores, não deve prejudicar a qualidade do produto. Cerca de 90% das lavouras estão em boas condições e 10% em condições medianas. A área, estimada em 5,76 milhões de hectares, é semelhante à do ciclo passado, com um crescimento de 2%. A produtividade é de 3.845 kg por hectare.

A Previsão Subjetiva de Safra (PSS) traz ainda as primeiras estimativas para a safra de inverno. No Paraná, o trigo deve ocupar a maior área da história, 1,36 milhão de hectares, 13% superior à registrada na safra 2021/2022. Esse aumento decorre dos bons preços pagos ao produtor,  aliados à impossibilidade de plantio da segunda safra de milho. Estima-se, com isso, uma produção de 4,5 milhões de toneladas, volume que, se confirmado, supera em 32% o resultado da safra anterior.

SOJA

Segundo o analista do Deral Edmar Gervásio, com a produção recorde prevista para essa atual safra, o Paraná aumenta sua participação na produção nacional de soja, passando a representar em torno de 15% do total – nas safras anteriores, esse índice variava entre 12% e 14%.

O preço recebido pelo produtor pela saca de soja (60 kg) apresentou queda nas últimas semanas. Na semana passada, o grão foi comercializado por R$ 144,30, 9% a menos do que em fevereiro de 2023 e 24% a menos do que em março de 2022.

De acordo com Gervásio, esta queda está diretamente ligada a uma grande oferta da oleaginosa no mercado. “Aliado a isso, os preços neste mês no mercado internacional estão menores quando comparados a fevereiro de 2023. Com uma superprodução, junto com problemas logísticos de escoamento, os armazéns estão lotados e isso tende a pressionar os preços”, explica.

MILHO

A primeira safra de milho 2022/2023 está 63% colhida, de acordo com o Deral, e 83% das lavouras apresentam boas condições, enquanto 16% estão em condições medianas e 1% em condições ruins. Espera-se a produção de 3,76 milhões de toneladas, 26% a mais do que no ciclo 2021/2022, quando foram produzidas 2,98 milhões de toneladas. A área está estimada em 387,2 mil hectares, 10% inferior à da safra passada.

Com relação à segunda safra, o plantio está na reta final, atingindo nesta semana 93% da área total, estimada em 2,52 milhões de hectares. Neste mês houve reavaliação da área, que sofreu uma redução de aproximadamente 120 mil hectares em comparação ao relatório do mês de fevereiro. “Esta redução é decorrente do atraso da colheita da soja e, em consequência, a impossibilidade de realizar o plantio do milho dentro do período ideal”, explica Gervásio. Possivelmente parte dessa área ou sua totalidade migrará para cultura do trigo.

FEIJÃO

Apesar das adversidades climáticas, a primeira safra 2022/2023 de feijão teve bom desempenho e excelente qualidade, na avaliação dos técnicos do Deral. Com o encerramento da colheita, o relatório indica uma produção de 197,4 mil toneladas, 1% maior do que na safra anterior, em uma área de 115 mil hectares, 17% menor. Cerca de 86% do volume já foi comercializado.

O plantio da segunda safra encerrou-se nesta semana. De acordo com o Deral, podem ser produzidas 588,8 mil toneladas em 295,9 mil hectares. Se confirmado, o volume será 5% superior ao ciclo 2021/2022, quando foram produzidas 561,5 mil toneladas, e a área é 12% inferior.

Na última semana, o preço médio recebido pelos produtores pela saca foi de R$ 408,00 pelo feijão de cores, sem variação com relação ao período anterior. Já a saca do feijão tipo preto foi comercializada por R$ 265,00 – com um aumento de 1,6% frente à semana anterior. “Segundo os corretores atacadistas, esses preços altos estão se mantendo firmes principalmente devido ao período de entressafra. A maior oferta de produto deverá ocorrer a partir do final de abril, quando se intensifica a colheita da segunda safra de feijão no Paraná”, explica o economista do Deral Methodio Groxko.

TRIGO

A primeira estimativa para a safra de inverno de 2023 mostra uma área recorde destinada ao cultivo de trigo no Paraná, de 1,36 milhão de hectares. Isso representa um aumento de 13% em relação aos 1,20 milhão de hectares semeados em 2022 e, se confirmado, será a maior área de trigo no Paraná desde 1990, quando foram cultivados 1,80 milhão de hectares.

Dessa forma, há possibilidade de colher em 2023 uma safra de 4,5 milhões de toneladas, volume 32% acima do resultado da safra 2021/2022, quando foram produzidas 3,4 milhões de toneladas. “Para que esse potencial seja alcançado, os produtores precisam da ajuda do clima. Como a janela de plantio é longa no Paraná, os produtores, quando possível, plantam áreas em épocas diferentes, visando diminuir o risco de perdas”, diz o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho.

Segundo ele, nos últimos anos, eventos climáticos como secas prolongadas, chuvas excessivas na época da colheita e geadas tardias têm impactado negativamente a produtividade.

MANDIOCA

O Paraná poderá produzir 3,14 milhões de toneladas de mandioca na safra 2022/2023, 14% a mais do que o volume colhido no ciclo anterior, em uma área de 135,9 mil hectares, 11% superior. Esse aumento de área se deve aos bons preços pagos ao produtor no ano passado. Na última semana, os produtores receberam, em média, R$ 1.054,00 por tonelada de mandioca posta na indústria. Esse valor representa um crescimento de 60% com relação ao preço do mesmo período do ano passado, que era de R$ 650,00. Até o momento, favorecida pela umidade adequada do solo, a colheita chegou a 17% da área, segundo Groxko.

(Com AEN)

(Emanuely/Sou Agro)

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