ESPECIAIS
Novo método avalia impacto de investimentos em logística agropecuária
#souagro| Um modelo matemático para estimar mudanças nas áreas de influência terrestre dos portos, com a implantação de novas infraestruturas de transporte foi desenvolvido pela Embrapa Territorial, a Unicamp e a Universidade Federal de Minas Gerais. A área de influência indica a faixa do território de onde é viável transportar carga até um determinado porto, para a importação e exportação. É também chamada de hinterlândia ou bacia logística.
Inédito, o método pode ser empregado para antever cenários e avaliar projetos e políticas públicas de longo prazo, bem como gerar subsídios para "players" da cadeia de exportação (operadores portuários, operadores logísticos, tradings, etc) direcionarem investimentos. Ele avalia a viabilidade econômica do transporte, até determinado porto, de cargas a granel, como produtos agrícolas, minério, fertilizantes etc.
“Criamos uma regionalização portuária dinâmica que pode ser expandida para outros produtos, incorporar novos projetos logísticos e corredores de transporte, de forma a avaliar o impacto no setor portuário. As estratégias de investimento da logística brasileira podem ter mais uma metodologia de análise de viabilidade do ponto de vista econômico e ambiental”, diz a professora Andréa Leda Ramos de Oliveira, coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Logística e Comercialização Agroindustrial da Unicamp (Logicom).
Custo e outros fatores
Gustavo Spadotti, chefe-geral da Embrapa Territorial, explica que a ideia de construir um modelo matemático começou com uma reflexão da equipe a partir das bacias logísticas: “Será que as bacias logísticas praticadas hoje estão em conformidade com as bacias de custo? A nossa hipótese é de que elas seriam iguais ou semelhantes porque as cargas teriam percorrido as rotas de menor custo”. Construído e aplicado o modelo, observou-se que, em algumas situações, outros fatores têm influência maior do que o custo. Contratos firmados, operadores e tradings presentes nos terminais são alguns desses fatores.
Para Spadotti, uma das principais aplicações do modelo é orientar a priorização de obras e outros investimentos. “Você precisa ter um valor atribuído a essas rotas para saber se o impacto de novas rotas será positivo para o escoamento das safras e para reduzir o custo Brasil”, avalia. Não só estradas e ferrovias podem alterar os caminhos preferenciais até os portos. “Quando você conseguiu encher os contêineres de algodão antes de chegar aos portos ou a grandes centros urbanos, como está acontecendo agora no Oeste da Bahia, você pôde começar a criar uma nova rota logística a partir de novos pontos”, exemplificou.
O artigo com a metodologia do modelo matemático também apresenta uma análise de qual seria a ampliação da área de influência do Porto de Vila do Conde com a entrada em operação da Ferrogrão, ferrovia que ligará Sinop/MT a Itaituba/PA. A área teria um acréscimo de 57 a 80 municípios, a depender de restrições ambientais a serem definidas.
Para ler a publicação,
clique aqui.
(Com Embrapa)
- Reconhecimento de Indicação Geográfica valoriza a produção nacional de vinhos
- Nova cultivar de amendoim tem alto teor de proteína e pode aumentar produção pecuária