“21% de perdas na soja e 31% no milho”, diz secretário sobre estiagem no RS
#souagro| Mostramos aqui no Sou Agro que o governo do Rio Grande do Sul apresentou, na última sexta-feira (17/2), um plano permanente de mitigação dos efeitos da estiagem no estado. As ações de curto, médio e longo prazo foram organizadas em uma estratégia que inclui medidas emergenciais de apoio e assistência aos produtores, ações estruturantes e um sistema de monitoramento.
Em entrevista enviada para a jornalista Débora Damasceno, Giovani Feltes, secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, falou sobre as perdas no estado e a preocupação com o cenário agrícola.
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“São muitos os números que diversas entidades, de um modo geral, têm publicado. Me apego a Emater, que aponta até aqui, na cultura da soja quase 21% de perdas e na cultura do milho quase 31% de perdas. Fico com esses dados porque eles observam a média histórica em tempos de normalidade das produtividades dessas culturas em função da incidência da estiagem. Nesse ano, de forma recorrente, produziram esses resultados e, claro, naturalmente, de forma repetida. Afirmo, a Emater tem capilaridade em todo estado do Rio Grande do Sul”, detalha.
Sobre as ações para diminuir os impactos dos produtores rurais, o secretário afirma que tudo é acompanhado: “O governo do Estado lançou ainda no final do ano de 2020, um programa programa bastante rigoroso em diversas secretarias. O programa, que busca assim perfurar um volume significativo de poços artesianos, vem sendo feitos. Da mesma forma distribuiu cisternas para as cidades enfrentarem as dificuldades que a estiagem já provoca, cavar açudes, pequenos açudes em centenas de municípios e, ao mesmo tempo, criar também mecanismos do ponto de vista tecnológico, a serem instalados nas mais variadas regiões do estado do Rio Grande Sul, utilizando equipamentos de última geração para poder sim acompanhar esses fenômenos da natureza e em relação a eles, tomar alguma ação e até mesmo fazer parte do monitor da estiagem”, explica.
A preocupação com a produção agrícola é inevitável, mas segundo o secretário, tudo está sendo pensado para auxiliar os agricultores. No novo plano de enfrentamento por exemplo, entre as ações divulgadas estão a anistia de 100% da dívida do programa Troca-Troca de Sementes para agricultores familiares dos municípios em situação de emergência, a criação de um sistema online de monitoramento da estiagem e construção de cisternas, entre outras.
Ações de irrigação e reserva de água já anunciadas por meio do programa Avançar e que encontraram obstáculos na em 2022 estão entre as medidas prioritárias para este ano. Um exemplo é a construção de cisternas, medida para a qual o Estado destinou R$ 17,4 milhões. A execução do projeto terá andamento nas próximas semanas.
“Naturalmente, uma estiagem recorrente no Rio Grande Sul no terceiro ano, certamente provoca seus efeitos na questão social, da própria receita do Estado, na produtividade das nossas culturas. O fato é que o governo do Estado do Rio Grande Sul vem tocando de forma célere diversos programas e projetos, assim como as entidades envolvidas no agronegócio, sempre ativadas. Tem feito para que nós tenhamos cada vez mais maiores volume de produtividade. E, claro, a estiagem provoca frustrações nesse aspecto e o Estado vai continuar com programas constantes, mesmo que logo ali adiante e espero que isso ocorra brevemente, com esses programas de reserva de água e programas que estimulem a irrigação para que aí sim, na próxima seca, já que ela é recorrente, nós estejamos muito mais e melhor preparados para enfrentá-la, não enfrentando tantos dissabores e frustrações nas nossas produtividades, estimulando como sempre fez as questões do agronegócio, afinal de contas, estamos falando de uma área primária que em todas as suas cadeias faz girar a economia em mais de 40% do Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul”, finaliza o secretário.