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Seleção genética pode contribuir para desenvolvimento da apicultura

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
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Uma selação genética pode contribuir para o desenvolvimento da apicultura.  Com o objetivo de discutir a formalização de uma parceria entre a Embrapa Meio-Norte e a Associação dos Apicultores Familiares do Brasil (Apifam), gestores e equipe técnica das duas instituições se reuniram para debater o tema.

A proposta em discussão tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da apicultura brasileira por meio da seleção genética das abelhas melíferas, Apis melífera, e visa também a promoção e a integração dos atores da rede de conhecimentos, extensão rural e apicultores; difundir as técnicas da troca de rainhas e povoamento de colmeias pela produção de enxames e estimar a base genética de comportamentos indicativos da qualidade das rainhas.

A pesquisadora Patrícia Drumond explica que a proposta é importante, tendo em vista que a captura de enxames de abelhas com caixas-iscas é ainda praticamente o único método utilizado pelos apicultores para o povoamento das colmeias e que este sistema, por depender unicamente do aporte da natureza, apresenta resultados aleatórios e, principalmente, exerce uma seleção negativa no plantel por capturar em maior quantidade abelhas com tendência enxameatória, característica esta que interfere decisivamente nos resultados de produção e manejo.

Ela alerta ainda que deve ser dada especial atenção à qualidade e genética da rainha, responsável pelo vigor populacional e coesão do enxame em resposta ao feromônio desta, sendo ambos fatores, diretamente, relacionados com a idade da rainha. “A manutenção de rainhas jovens é, portanto, a base para a capacidade de resistência às adversidades em geral e aproveitamento das fontes de alimentos com consequente aumento na produtividade”, acrescenta.

A qualidade da rainha é também uma das preocupações apresentadas pelo presidente da Apifam, Ricardo Hemsing, durante a reunião. Ele destacou a importância do acesso do apicultor a abelhas com qualidade genética, além dos cuidados com a produção, manejo e com os produtos das abelhas, como mel, pólen e própolis.

“Nós temos que saber quais abelhas são mais indicadas para a cada região, como alimentá-las no período entre as floradas, como manter a qualidade do mel e manter a produtividade dos apiários. Para isso, os apicultores precisam ter conhecimento técnico para não desistirem da atividade por não saber como cuidar da sua produção e obter lucro. Se não conseguem gerar renda, eles desistem”, comenta.

Caso seja aprovado e implementado, são esperados os seguintes resultados: elaboração de um diagnóstico das características das populações de abelhas presentes nos principais polos de produção apícola no país; definição de protocolo de seleção e produção de rainhas; difusão das técnicas de manutenção da qualidade do plantel entre os apicultores; troca das rainhas e produção de enxames a partir de material genético conhecido e obtenção de subsídios para estruturação de um programa de mapeamento genômico e melhoramento genético na apicultura.

“De maneira geral, a  nossa esperança e anseio é que se consiga fazer um trabalho de pesquisa na apicultura para que nós tenhamos uma apicultura mais produtiva com mel, própolis, pólen e também com a polinização. O Brasil é um grande produtor de grãos e de frutas e a polinização tem papel fundamental para essas culturas”, acrescenta.

além do do presidente da Apifam, Ricardo Hemsing, o encontro contou com a participação de Kaesel Damasceno, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Meio-Norte, e dos pesquisadores Bruno Sousa, Patrícia Drumond, Maria Teresa Lopes, Fábia de Melo Pereira e Ana Lúcia Horta, que atuam com pesquisas em Apicultura e Meliponicultura na Embrapa Meio-Norte. Após a reunião, o presidente da Apifam participou de visita ao Laboratório de Controle da Qualidade de Produtos Apícolas da Embrapa Meio-Norte.

Com Embrapa

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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