AGRICULTURA
Safra de café: primeira estimativa aponta produção de 54,94 milhões de sacas em 2023
#souagro| A primeira estimativa para a safra de café em 2023 aponta para uma produção de 54,94 milhões de sacas de café beneficiado. Mesmo neste ano de bienalidade (oscilação da produção em anos consecutivos) negativa, a previsão inicial sinaliza uma produção 7,9% superior à colhida em 2022, que fechou em 50,9 milhões de sacas. As informações são do 1º Levantamento da Safra de Café 2023, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira (19).
A área total destinada à cafeicultura no país em 2023, contabilizando as duas espécies mais cultivadas no país (arábica e conilon), totaliza 2,26 milhões de hectares, aumento de 0,8% sobre a área da safra anterior, com 1,9 milhão de hectares destinados às lavouras em produção e 355,5 mil hectares em formação. “Vale destacar que, nos ciclos de bienalidade negativa, os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, que só entrarão em produção nos próximos anos”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. “Nas últimas safras, a estabilidade na área brasileira de café tem sido compensada pelos ganhos de produtividade, representado pela mudança tecnológica observada na produção cafeeira no país”.
Em outros estados, o Boletim anuncia uma produção esperada em São Paulo de 4,72 milhões de sacas da espécie arábica, representando crescimento de 7,7% em comparação ao resultado obtido em 2022. Na Bahia, o crescimento previsto é de 0,6% na produção total, com 3,62 milhões de sacas em todo o estado, sendo 1,23 milhão de sacas de arábica e 2,39 milhões de sacas de conilon. Em Rondônia, a produção deve chegar em 2,94 milhões de sacas de conilon, acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. No Paraná, onde o cultivo é unicamente de café arábica, há previsão de crescimento de 47,2% na produtividade, com produção chegando a 733 mil sacas. No Rio de Janeiro, a produção estimada em 259,6 mil sacas de café arábica reflete redução de 11,8% em relação à safra passada. O estado de Goiás também sinaliza redução de 16% na produção, e deverá produzir 233,3 mil sacas de café em 2023. Já em Mato Grosso, a previsão é de crescimento de 2%, alcançando um volume de 232,5 mil sacas, resultado do início de produção dos cafezais clonais inseridos a partir de 2020.
Mercado
Nas análises do mercado de café realizadas pela Conab, o Brasil, maior produtor mundial do grão, seguido pelo Vietnã e Colômbia, exportou 39,8 milhões de sacas de 60 quilos de café em 2022, o que representa uma queda de 6,3% na comparação com o ano anterior. Essa queda na exportação, de acordo com o Boletim, resulta do declínio da taxa de câmbio no Brasil e da redução da oferta interna no período. Com o real mais forte em relação ao dólar em 2022, o interesse pela exportação de café perdeu força na comparação com o ano anterior.
“Nos últimos ciclos, as lavouras de café foram prejudicadas pelos efeitos climáticos, em especial, pelo tempo seco sob influência do fenômeno La Niña, e pelas geadas ocorridas no inverno de 2021, que impactaram negativamente na produção de 2022”, informa o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira. A restrição dos estoques, influenciada pelas adversidades climáticas que limitaram a produção do café arábica em 2021 e 2022, inibiu a exportação de café em 2022.
O café brasileiro foi comercializado internacionalmente com 145 países, sendo Estados Unidos e Alemanha os principais destinos. Em termos de valores, a exportação de café atingiu em 2022 o maior valor já registrado na série histórica do produto. Apesar da queda na quantidade exportada pelo Brasil, o preço elevado do café no exterior permitiu que a exportação do produto alcançasse US$ 9,2 bilhões em 2022, correspondendo a um aumento de 45% na comparação com o valor observado em 2021.
Clique aqui e confira as informações completas do 1º Levantamento da Safra de Café 2023.
(Com Conab)
- Seca deve prejudicar safra de soja, mas produtor pode evitar perdas financeiras; saiba como
- Perdas na produtividade de soja podem chegar a 30% em Toledo