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AGRICULTURA

Produtor de soja: saiba o que esperar para a cultura em 2023

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| O bom desenvolvimento das lavouras da América do Sul é fundamental para que se confirmem as atuais estimativas apontando crescimento da oferta mundial de soja da 2022/23, é o que dizem pesquisadores do Cepea.

No Brasil, a temporada 2022/23 se inicia em meio a incertezas. Diante dos baixos estoques, produtores estão resistentes em comercializar a safra 2022/23 de forma antecipada, alguns agentes consultados pelo Cepea sinalizam que apenas aproximadamente 20% da temporada foi negociada, o que pode deixar a disponibilidade no spot nacional maior, à medida que a colheita avançar.

 

No campo, o clima desfavorável na Argentina e no Paraguai gera otimismo para os agentes nacionais, que esperam maior demanda global por derivados de soja do Brasil. Por enquanto, a safra brasileira é estimada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em volume recorde, de 153,47 milhões de toneladas.

 

Seca deve prejudicar safra de soja, mas produtor pode evitar perdas financeiras; saiba como

Os produtores de soja mantém a preocupação com às lavouras por conta da seca que deu um susto nos últimos dias, inclusive mostramos aqui no Sou Agro que as perdas na região de Toledo, Oeste do Paraná, podem chegar a 30%. Mas também falamos de notícia boa, já que a chegada da chuva nesta semana deu uma aliviada neste cenário.

Sabemos que a estiagem deve sim causar perdas, mas o produtor rural deve se manter firme pois há alternativas de evitar danos financeiros utilizando alguns métodos, segundo Mauricio Patel, engenheiro agrônomo e gerente agrícola da Primato: “Recomendamos que o pessoal que não desista da cultura, que faça os tratos culturais como tem que fazer, porque muito embora, eventualmente a produtividade dele não seja o esperado. Mas olha o que está acontecendo, a Argentina passou por um período de estiagem, agora voltou a chover, mas não se sabe o resultado dessas chuvas. O Rio Grande do Sul também tem quebra considerável, então, daqui a pouco, aquela quebra na produtividade ela pode ser recompensada com preço da soja”, disse.

A orientação é que o produtor aproveite o momento e trave pelo menos o custo de produção que está em um ótimo momento de preços no mercado.

“Então, o produtor rural maneje o percevejo, maneje as doenças, se preocupe. A soja, como eu falei lá, tem uma qualidade, um poder de reação muito grande. Se ela está em um tempo de reação, ela vai reagir. Então, uma questão de mercado o preço da soja está muito bom, teve uma ameaçada de cair e agora ele está se mantendo. O produtor tem a condição de travar os custos via contrato. Eu acredito que, pelo menos o custo de produção seria interessante fazer esse travamento, porque a soja é mundial então qualquer coisa que aconteça mundo afora nós podemos ter reflexos e até contrário, uma diminuição de consumo na China, pronto vai afetar nosso preço aqui. Então recomendamos, trave o custo de produção, o preço está ótimo e deixa para especular naquilo que vai sobrar”, detalha.

(Com Cepea)

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)