Foto: Seagri/RS

Confirmação de pseudo-raiva em propriedade de suínos deixa RS em alerta total contra doença

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Seagri/RS

#souagro| O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Rio Grande do Sul, está conduzindo ações para mitigação de riscos após a confirmação de um caso positivo da doença de Aujeszky (conhecida como pseudo-raiva) que atinge principalmente suínos.

A confirmação foi no município de São Gabriel e as ações se basearam no despovoamento da propriedade com o caso positivo, vigilância e sorologia dos suínos localizados em um raio de cinco quilômetros a partir do foco, conforme preconizado pelo Plano Nacional de Sanidade Suídea.

 

As atividades já foram feitas em 100 propriedades e cerca de 500 amostras foram coletadas para comprovar a ausência da enfermidade.

“A defesa sanitária animal está constantemente sendo desafiada; no entanto, o corpo técnico desta secretaria é extremamente qualificado e acreditamos que não haverá comprometimento da excelência na produção agropecuária do Rio Grande do Sul”, destaca o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Domingos Velho Lopes.

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Doença de Aujeszky – (conhecida como pseudo-raiva)

A Doença de Aujeszky é de notificação imediata ao serviço veterinário oficial (SVO) de qualquer caso suspeito (Categoria 2 da IN nº 50/2013). É uma doença causada por um vírus da família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae, e pode acometer os suínos (Sus scrofa) domésticos, silvestres e asselvajados, além de uma grande variedade de mamíferos: bovinos, ovinos, caprinos, equinos, cães, gatos, coelhos e mamíferos silvestres, todos considerados hospedeiros finais.

O vírus é encontrado em todas as secreções e excreções do animal infectado e pode ser transmitido pelas vias direta (contato entre animais, aerossóis e suas secreções e excreções, sangue e sêmen) ou indireta (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal), entrando no organismo por via oral e oro nasal. Transmissão transplacentária (vertical) e via inseminação artificial (sêmen contaminado) são previstas.

 

Reservatórios: suínos portadores assintomáticos (infecção latente). O vírus tem a capacidade de estabelecer infecções latentes no hospedeiro que podem ser reativadas por condições estressantes. Suínos infectados tornam-se portadores assintomáticos do vírus e fonte de infecção para outros animais.

Período de Incubação: 2 a 6 dias.

Sinais clínicos e lesões

Dependem da faixa etária dos suínos acometidos, estado imune do rebanho, via de infecção e cepa viral.

Leitões de maternidade: Febre (42ºC), apatia, anorexia, hipersalivação, predomínio de sinais nervosos como tremores, convulsões, incoordenação de membros posteriores (posição de cão sentado), andar em círculos, movimentos de pedalagem, decúbito, opistótono, pêlos eriçados, inapetência e morte de 1 a 5 dias. Mortalidade pode chegar a 100%.

Leitões em crescimento e terminação:  Febre (42ºC), apatia, anorexia, atraso no crescimento, predomínio de sinais respiratórios como espirros, tosse, descarga nasal, dispneia. Sinais nervosos podem ser observados. Recuperação em 5 a 10 dias. Mortalidade de 1 a 2% ou maior se houver infecções secundárias.

Suínos reprodutores:  Febre (42ºC), anorexia, constipação, hipersalivação, falsa mastigação, agalaxia, infertilidade e sinais respiratórios como espirros, tosse, descarga nasal, dispneia. Incoordenação leve e paralisia de posterior são raros. Mortalidade de 1 a 2%. Matrizes infectadas durante a gestação: retorno ao cio, abortos, natimortos, fetos mumificados e nascimento de leitões fracos.

Suínos asselvajados: normalmente assintomáticos, podendo apresentar sinais respiratórios leves.

Sinais clínicos em outros mamíferos:  Sintomatologia nervosa associada a prurido intenso e automutilação, motivo pelo o qual a doença também é conhecida como “peste de coçar”. É letal, com óbito de 2 a 3 dias após o aparecimento dos sinais clínicos.

 

(Com Seagri/RS e Mapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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