AGRICULTURA
Produção de trigo foi marcada por desafios em 2022, mas resultado final é positivo
#souagro| 2022 foi um ano marcante para os produtores rurais. Cheio de mudanças climáticas e fenômenos fora de época, a produção de trigo enfrentou muitas dificuldades. Mas como a gente sempre diz, o produtor rural nunca desiste, é um guerreiro que luta todos os dias pela melhor colheita em sua empresa a céu aberto.
Ao longo do ano dissemos que a previsão era que o Rio Grande do Sul tivesse uma produção histórica de trigo em 2022. Dias depois as lavouras do estado foram atingidas por fortes chuvas e granizo, assim como o Paraná também enfrentou questões climáticas parecida. Mas nada disso tirou os bons resultados de colheita em todo Sul do país.
Com as colheitas 100% concluídas no Sul do país, a safra brasileira de trigo em 2022 chegou ao fim. No balanço final, mais uma safra recorde. A produção deste ciclo atingiu 9,5 milhões de toneladas, um aumento de aproximadamente 24% em comparação a 2021, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Paraná
No Paraná, por exemplo, os números finais de produção fecharam em 3,38 milhões de toneladas, valor abaixo do potencial que o estado possui. Ainda assim, o volume foi cerca de 5% maior que o produzido em 2021. “No norte e centro-oeste paranaense, a queda na produção foi decorrente da falta de chuvas até o mês de agosto. Já nas demais regiões, as geadas e chuvas na colheita reduziram não só o volume, como também a qualidade”, destaca o analista de trigo do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral/PR), Carlos Hugo Godinho.
RELEMBRE:
Apesar da geada, trigo se mantém em boa qualidade nas lavouras do Paraná
Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Já no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o cenário foi outro. As safras de trigo nesses estados foram recorde em área e produção, e a cultura foi uma grande aliada dos produtores para balancear o fluxo de caixa após as frustrações da safra de verão. “Tivemos uma seca bem grande na soja e no milho, então ficamos com um prejuízo e o trigo veio para ajustar as contas, nos dando um auxílio enorme”, revela o agricultor de Tapera (RS), Alexandre Picinin. O produtor atingiu uma média de 86 sacas por hectare em sua lavoura, que ainda contou, em algumas áreas, com produtividades acima de 100 sc/ha. “Um fator que evoluiu consideravelmente nos últimos anos foram as cultivares, que cada vez mais saem melhores em questão de produtividade e fitossanidade. Isso nos anima muito”, comenta.
Preços
De acordo com o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, o acréscimo na área de trigo no estado, além dos benefícios que a cultura traz ao sistema de produção, está diretamente ligado às expectativas de remuneração por parte dos agricultores. “Atualmente, temos a tranquilidade de que o trigo possui um espaço generoso no estado, por suas alternativas de mercado, como o moageiro, de exportação, para ração, etanol, entre outros, e pelo avanço tecnológico da genética, em que a cultura é uma das principais expoentes nesse quesito”, afirma. Para Rugeri, ao que tudo indica, o estado deverá contar com uma expansão da área de trigo na próxima safra. “O cenário é positivo e o produtor quer. Tenho a convicção de que a safra de 2022 será um divisor de águas entre o produtor de trigo e o triticultor”, declara.
O trigo para além das principais regiões produtoras: o balanço de safra no Cerrado
Quando se fala em trigo no Brasil, é recorrente a temática da busca pela autossuficiência do cereal no país. E para isso ser alcançável, o Cerrado é peça-chave nesse processo. Conforme o gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner, a safra de trigo de 2022 no Cerrado passou por uma das maiores secas dos últimos anos. “Quando são olhadas as produtividades, especialmente no sistema de sequeiro, elas não foram altas, devido à falta de chuvas. Por outro lado, quando olhamos para a rentabilidade, o produtor teve as suas expectativas superadas.
Futuro
Com isso, ele está dando um olhar para o futuro, fator que vem consolidando a ampliação de área do cereal na região”, aponta. Para Wagner, essa safra é a prova de que o melhoramento genético local, somado com uma assistência técnica qualificada, será essencial para a consolidação da cultura e ampliação da taxa de sucesso do agricultor. “Mesmo com os desafios que a variabilidade climática, aspecto marcante nessa região, impõe à cultura, há um claro movimento de avanço do trigo no Cerrado”, conclui.
(Com Assessoria de Imprensa da Biotrigo Genética)