Foto: Embrapa

Mini estacas facilitam o transporte e otimizam a qualidade da produção de mandioca

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Embrapa

#souagro| Nós já trouxemos aqui no Sou Agro o processo inovador para o cultivo da mandioca que foi criado por cientistas da Embrapa. A proposta é substituir o material tradicional (manivas-semente) para usar mini estacas.

A inovação conseguiu contornar características indesejadas, como a baixa taxa de propagação e os grandes volumes de materiais de plantio convencional, que dificultam a logística de armazenamento e transporte das manivas para novas áreas. Agora, após meses de uso por alguns produtores, podemos contar a vocês que a nova técnica tem gerado ótimos resultados nas propriedades rurais.

 

Benedito Dutra, foi o produtor que recebeu as primeiras mini estacas para testar na propriedade. Ele não acreditou que daria certo, mas mesmo assim resolveu testar. E desde então os resultados impressionam.

“Quero aqui dar um depoimento prático na experiência que estão tendo quanto à mini estaca de mandioca. Eu confesso que, inicialmente, não acreditava que seria possível uma mini estaca com um peso médio de cinco gramas, produzir raízes e se transformar numa planta normal. Mas assim mesmo aceitei o desafio e depois de 11 meses num projeto que começou com cerca de 70 mini estacas, nós conseguimos ter cerca de 60 plantas. Entre estas, escolhemos, a melhor planta e encontramos uma que pesou três quilos e 900 gramas de raiz de mandioca e produziu 15 manivas, semente de mandioca com tamanho normal. Então, isso foi suficiente para entender que essa tecnologia da mini estaca é importantíssima para a construção de um novo momento para a mandiocultura nacional, principalmente porque é possível produzir em um hectare, cerca de 500 mil mini estacas. A grande vantagem é que o volume ocupado pela mini estaca corresponde, na prática, a cerca de 10% do volume da maniva convencional normal. Então, podemos chegar à conclusão que o transporte da mini estaca é muito mais fácil de ser realizado do que o transporte da mandioca convencional. Isso eu digo em relação a custo financeiro do transporte”, detalha o produtor.

 

mini

 

O engenheiro agrônomo Hermínio Rocha que é um dos coordenadores da rede Reniva da Embrapa, explica como funciona o uso das mini estacas.
“A concepção da ideia das mini estacas como material de plantio surgiu a partir do momento em que nós tivemos o estiolamento [ocorre quando uma planta cresce na ausência total ou parcial de luz] de grande volume de mudas em processo de aclimatização. Percebemos, então, que as hastes elas tinham capacidade de brotar e se comportar exatamente igual ao nível convencional. Então, nós colocamos essas hastes, dividimos em três pedaços base, meio e topo e fizemos experimentação com esses três pedaços e comprovamos que a base, que é a parte mais lenhosa, que tem uma idade fisiológica mais avançada, ela foi a que melhor se comportou, reproduziu e também tem todas as características de uma maniva convencional. Daí, então, surgiu a possibilidade de se utilizar essa porção como material de plantio ao qual nós denominamos de mini estaca de mandioca”, explica Hermínio.

Para o coordenador, o uso das mini estacas garante muitas vantagens ao produtor que cultiva a mandioca.

“As principais vantagens da mini estaca em relação ao material convencional de plantio, é principalmente a redução do volume considerável que você precisa lançar mão para plantar um hectare, por exemplo. Então, hoje sabe-se que você precisa de pelo menos de 4 a 5 m³ de manivas convencionais para plantar um hectare, quando você passa para manivas sementes na forma de mini estacas., você tem a redução desse volume em aproximadamente dez vezes a redução do volume da maniva convencional. Então, isso é extremamente positivo sob o ponto de vista de transporte, de logística, de operacionalização, da difusão de novos materiais, da comercialização de material de plantio para longas distâncias. Então, você consegue, além de padronizar o material do plantio. Ou seja, você tem idades fisiológicas uniformizadas numa mini estaca e você tem também essa facilidade de transporte de acondicionamento, fazendo com que a qualidade seja preservada, não haja injúria mecânica, a exemplo do que ocorre com as manivas convencionais. Então, tudo isso faz com que as mil estacas seja um material bem mais otimizado do que uma maniva convenciona”, detalha.

 

Desde que o trabalho começou a Embrapa trabalha para difundir esse novo material e que os produtores de todos os estados que produzem mandioca, inclusive o Paraná possam otimizar o transporte da colheita e garantir mais qualidade na produção.

“A difusão dessa nova metodologia de produção de material de plantio que são as mini estavas ela passa, obviamente, por treinamentos. Então a Embrapa. Ela tem hoje, por exemplo, um curso específico sobre a Rede reniva, no qual estão contempladas aulas específicas sobre produção de diferentes tipos de material de plantio e um deles é a produção de mini estacas de mandioca, além das publicações com os campos. Então, qualquer interessado que tenha a vontade de tornar-se um maniveiro, ele tem a possibilidade, então, de se matricular. Se escrever nesse EAD Reniva, que é gratuito, ofertado em caráter permanente pela Embrapa, e ele então recebe todo o treinamento com todas as particularidades de suas características necessárias para reproduzir esse tipo de produção de material de plantio.

 

Para o produtor Benedito, a dica é que sim, quem produz mandioca deve testar o uso das mini estacas.

“Amigos, produtores rurais, é uma tecnologia nova desenvolvida pela Embrapa, que nós, produtores rurais temos que a cada dia ir aperfeiçoando. E eu quero aqui dizer que é muito interessante essa tecnologia, com certeza eu estou aqui satisfeito. Tenho produção tanto de maniva convencional quanto de mini estaca”, finaliza.

Para o produtor que tiver interesse em conhecer melhor sobre às mini estacas, é só entrar em contato com a Embrapa.

(Com dados da Embrapa)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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