Mini estacas facilitam o transporte e otimizam a qualidade da produção de mandioca
#souagro| Nós já trouxemos aqui no Sou Agro o processo inovador para o cultivo da mandioca que foi criado por cientistas da Embrapa. A proposta é substituir o material tradicional (manivas-semente) para usar mini estacas.
A inovação conseguiu contornar características indesejadas, como a baixa taxa de propagação e os grandes volumes de materiais de plantio convencional, que dificultam a logística de armazenamento e transporte das manivas para novas áreas. Agora, após meses de uso por alguns produtores, podemos contar a vocês que a nova técnica tem gerado ótimos resultados nas propriedades rurais.
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Benedito Dutra, foi o produtor que recebeu as primeiras mini estacas para testar na propriedade. Ele não acreditou que daria certo, mas mesmo assim resolveu testar. E desde então os resultados impressionam.
“Quero aqui dar um depoimento prático na experiência que estão tendo quanto à mini estaca de mandioca. Eu confesso que, inicialmente, não acreditava que seria possível uma mini estaca com um peso médio de cinco gramas, produzir raízes e se transformar numa planta normal. Mas assim mesmo aceitei o desafio e depois de 11 meses num projeto que começou com cerca de 70 mini estacas, nós conseguimos ter cerca de 60 plantas. Entre estas, escolhemos, a melhor planta e encontramos uma que pesou três quilos e 900 gramas de raiz de mandioca e produziu 15 manivas, semente de mandioca com tamanho normal. Então, isso foi suficiente para entender que essa tecnologia da mini estaca é importantíssima para a construção de um novo momento para a mandiocultura nacional, principalmente porque é possível produzir em um hectare, cerca de 500 mil mini estacas. A grande vantagem é que o volume ocupado pela mini estaca corresponde, na prática, a cerca de 10% do volume da maniva convencional normal. Então, podemos chegar à conclusão que o transporte da mini estaca é muito mais fácil de ser realizado do que o transporte da mandioca convencional. Isso eu digo em relação a custo financeiro do transporte”, detalha o produtor.
O engenheiro agrônomo Hermínio Rocha que é um dos coordenadores da rede Reniva da Embrapa, explica como funciona o uso das mini estacas.
“A concepção da ideia das mini estacas como material de plantio surgiu a partir do momento em que nós tivemos o estiolamento [ocorre quando uma planta cresce na ausência total ou parcial de luz] de grande volume de mudas em processo de aclimatização. Percebemos, então, que as hastes elas tinham capacidade de brotar e se comportar exatamente igual ao nível convencional. Então, nós colocamos essas hastes, dividimos em três pedaços base, meio e topo e fizemos experimentação com esses três pedaços e comprovamos que a base, que é a parte mais lenhosa, que tem uma idade fisiológica mais avançada, ela foi a que melhor se comportou, reproduziu e também tem todas as características de uma maniva convencional. Daí, então, surgiu a possibilidade de se utilizar essa porção como material de plantio ao qual nós denominamos de mini estaca de mandioca”, explica Hermínio.
Para o coordenador, o uso das mini estacas garante muitas vantagens ao produtor que cultiva a mandioca.
“As principais vantagens da mini estaca em relação ao material convencional de plantio, é principalmente a redução do volume considerável que você precisa lançar mão para plantar um hectare, por exemplo. Então, hoje sabe-se que você precisa de pelo menos de 4 a 5 m³ de manivas convencionais para plantar um hectare, quando você passa para manivas sementes na forma de mini estacas., você tem a redução desse volume em aproximadamente dez vezes a redução do volume da maniva convencional. Então, isso é extremamente positivo sob o ponto de vista de transporte, de logística, de operacionalização, da difusão de novos materiais, da comercialização de material de plantio para longas distâncias. Então, você consegue, além de padronizar o material do plantio. Ou seja, você tem idades fisiológicas uniformizadas numa mini estaca e você tem também essa facilidade de transporte de acondicionamento, fazendo com que a qualidade seja preservada, não haja injúria mecânica, a exemplo do que ocorre com as manivas convencionais. Então, tudo isso faz com que as mil estacas seja um material bem mais otimizado do que uma maniva convenciona”, detalha.
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Desde que o trabalho começou a Embrapa trabalha para difundir esse novo material e que os produtores de todos os estados que produzem mandioca, inclusive o Paraná possam otimizar o transporte da colheita e garantir mais qualidade na produção.
“A difusão dessa nova metodologia de produção de material de plantio que são as mini estavas ela passa, obviamente, por treinamentos. Então a Embrapa. Ela tem hoje, por exemplo, um curso específico sobre a Rede reniva, no qual estão contempladas aulas específicas sobre produção de diferentes tipos de material de plantio e um deles é a produção de mini estacas de mandioca, além das publicações com os campos. Então, qualquer interessado que tenha a vontade de tornar-se um maniveiro, ele tem a possibilidade, então, de se matricular. Se escrever nesse EAD Reniva, que é gratuito, ofertado em caráter permanente pela Embrapa, e ele então recebe todo o treinamento com todas as particularidades de suas características necessárias para reproduzir esse tipo de produção de material de plantio.
Para o produtor Benedito, a dica é que sim, quem produz mandioca deve testar o uso das mini estacas.
“Amigos, produtores rurais, é uma tecnologia nova desenvolvida pela Embrapa, que nós, produtores rurais temos que a cada dia ir aperfeiçoando. E eu quero aqui dizer que é muito interessante essa tecnologia, com certeza eu estou aqui satisfeito. Tenho produção tanto de maniva convencional quanto de mini estaca”, finaliza.
Para o produtor que tiver interesse em conhecer melhor sobre às mini estacas, é só entrar em contato com a Embrapa.
(Com dados da Embrapa)