Leitoas com tetas cegas: qual a solução para animais que não conseguem amamentar?

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

O Portal Sou Agro é referência no Paraná, mas é claro que a internet leva a gente para vários cantos do país: não é à toa que um produtor de Taperoá/Bahia entrou em contato com a gente para saber o que fazer com um pequeno plantel de leitoas que simplesmente não conseguia amamentar os filhotes. E claro, nós fomos buscar a explicação.

“Sou um pequeno criador de suínos, tenho 12 matrizes e um barão. Estou com problemas por que as matrizes não conseguem amamentar os leitões. O que pode ser feito?”, questionou o produtor Rafaela Souza de Araújo à nossa equipe.

 

Bom, logo depois ele explicou que a informação que ele recebeu foi de que as porcas tinham as chamadas “tetas cegas” e por conta disso não conseguiam amamentar as crias. “Os animais são todos de raça, Lage White, puros. Vieram com 20 quilos para minha mão. Agora entraram em fase de cruzamento. Os animais nasceram lindos, mas com problema da amamentação, consegui salvar apenas 10%”, lamentou.

E para tristeza do produtor, a notícia: “me repassaram que a única solução seria o descarte para as fêmeas. Ou seja: venda para abate”.

Ele mandou pra gente, inclusive, fotos dos animais logo depois do parto. Confira:

 

Rafael explicou pra gente que o mais triste é que, apesar das tentativas, os bichinhos morriam de fome. Mesmo tentando salvar com mamadeira e até mesmo cortando o bico das tetas dos animais, para que conseguissem alimentar. Não adianta, não sai leite! E ele questionou se a solução seria mesmo o descarte – venda para abate.

“É bem possível que se trate mesmo do problema da teta cega. Como ele comprou os animais de granja, a possibilidade é de que os proprietários já tenham identificado o problema e vendido o plantel. Aí, o produtor sem saber colocou as leitoas maiores para reproduzir. Só que elas não vão produzir leite”, explica o veterinário Márcio Bach.

 

E por que os filhotes morrem? A explicação também veio. “A fêmea suína tem uma transferência de imunidade via placenta muito baixa. Transfere imunidade pelo colostro, que é o primeiro leite das primeiras 12 horas. Sem isso, os leitões vão morrer todos”.

Sobre a raça

Large White é uma raça de suínos originários do condado de York, localizado na região norte da Inglaterra. Entre 1770 a 1780, estes animais foram cruzados com animais asiáticos da região de Cantão, que apresentavam como principais características a precocidade, pelagem, orelhas curtas e finas, estrutura fina e perfil pobre. Pelo fato de cruzarem animais geneticamente distantes, resultou em alto grau de heterose.

No ano de 1850, aproximadamente, suínos da raça Napolitana foram levados da Ilha de Malta para a Inglaterra, onde foram cruzados com a raça que havia se sido formada. Provavelmente, os suínos Napolitanos possuíam relação genética com estirpes asiáticas, no entanto, apresentavam melhor conformação (lombo e pernil). Como resultado desses cruzamentos e da contínua seleção morfológica surgiram dois grupos raciais: Yorkshire e Leicestershire. O cruzamento entre essas duas raças deu origem a algumas raças, dentre elas a Large White.

Das raças puras desenvolvidas, esta foi a última a ser introduzida no Brasil, no início da década de 1970 e, devido ao desempenho apresentado, vem aumentando anualmente sua participação.

 

E você, tem alguma dúvida também? Entre em contato com a gente pelas nossas redes sociais.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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