Foto: Epagri

Lavouras ficam completamente alagadas com chuva acima na média no Sul

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| A chuva acima da média chegou trazendo um rastro de destruição no Sul do país, principalmente no Paraná e em Santa Catarina. Temos acompanhando aqui no Sou Agro toda questão envolvendo os deslizamentos de terra no Paraná e os trabalhos de resgate feitos no local.

Em Santa Catarina muitas propriedades rurais ficaram completamente alagadas com a chuva. Com perda de arroz, milho e pastagens de gado, os produtores lamentam a destruição deixada por toda inundação.

Os alagamentos nas propriedades rurais se concentraram basicamente no Norte de Santa Catarina. Mas segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a área mais afeta pelos temporais é a região Nordeste com 600 milímetros de chuva nos últimos dias.

 

As plantações de banana, palmeiras para produção de palmito e a produção de hortaliças também correm riscos de perdas, porque o produtor não está conseguindo colher. Ainda não dá para dimensionar os prejuízos e os danos ainda estão sendo contabilizados e o estado permanece em alerta vermelho com a intensidade das chuvas.

PARANÁ

 No Paraná, a situação mais complicada se concentra na BR-376, onde houve deslizamentos de terras e muitos veículos ficaram submersos na lama por conta da chuva. As equipes do Corpo de Bombeiros e da concessionária Arteris Litoral Sul conseguiram avançar, na madrugada desta quinta-feira (1), na limpeza da pista da BR-376 no sentido norte, o que deve permitir o avanço na operação, que já dura mais de 50 horas. Cerca de 7 mil metros cúbicos terra foram retirados do local, informa o boletim divulgado às 10h30 pelo gabinete de crise que acompanha a ocorrência.

O maquinário pesado de guincho e caminhões ainda está no local, auxiliando na garantia dos acessos às áreas de busca e resgate pelas equipes especializadas. Também está em andamento o serviço de drenagem dos pontos alagados para diminuir riscos de novos desmoronamentos no local do incidente.

 

O Corpo de Bombeiros iniciou nesta quinta-feira as operações na região mais sensível da ocorrência, que é a parte em que a massa de terra deslocou alguns veículos, inclusive caindo sobre eles. A área conta com uma extensão de aproximadamente 4,5 mil metros quadrados e o volume de terra a ser removido tem aproximadamente 5 mil metros cúbicos.

Os serviços agora passam pela estabilização da segurança para os trabalhos das equipes. Elas irão iniciar a fase de busca por lugares onde serão feitas varreduras em todos os veículos, além da continuidade no processo de remoção de resíduos.

No ponto mais sensível se encontram bombeiros, cães de buscas e o maquinário da concessionária. Esta missão é extremamente sensível e demorada, por causa do constante risco que as equipes estão expostas.

DESAPARECIDOS

A Polícia Científica segue auxiliando os trabalhos de levantamento de possíveis desaparecidos. Agora que grande parte de massa de terra da parte superior do incidente foi removida, a estimativa de potenciais vítimas foi reduzida para menos de 30 pessoas. Este número tem como base os dados concretos que o comando do incidente possui, como a redução de veículos encontrados em relação às projeções iniciais, e pode ser alterado à medida que novas informações vão sendo coletadas.

Por causa do grande volume de terra, ainda não é possível especificar com exatidão a quantidade de veículos e vítimas que podem estar soterrados no local.

 

APOIO

Os bloqueios de rodovias feitos pela PRF têm ajudado na agilidade do serviço no local da ocorrência, pois garante mais segurança às equipes e ainda evita que a população fique exposta a novos incidentes.

A Polícia Militar do Paraná tem atuado com máximo empenho através das equipes do 9º BPM (Litoral) e 17º BPM (São José dos Pinhais). Elas atuam no serviço de proteção às vidas e às comunidades ao redor dos diversos incidentes da BR-376. Os policiais também no apoio às operações de remoção da massa de terra e desdobramentos logísticos de segurança e resgate.

CONDIÇÕES DO TEMPO

A condição para esta quinta-feira se encontra mais estável com menos chance de chuva, o que pode permitir um avanço na realização dos serviços de limpeza, de busca e de resgate.

PESSOAS DESAPARECIDAS

Familiares e amigos de pessoas que possam ter desaparecido nesse local podem entrar em contato com a Central de Atendimento disponibilizada pela Polícia Científica, pelo telefone (41) 3361-7242. O serviço é 24 horas. Além disso, outras informações sobre o evento podem ser obtidas pelos telefones da Centro de Operações Cidade da Polícia 0800-282-8082.

OUTRAS OCORRÊNCIAS

A chuva forte no Litoral e na Região Metropolitana de Curitiba também causaram inundações, enxurradas, alagamentos e deslizamentos em outras cidades. De acordo com o boletim de ocorrências divulgado às 9h15 desta quinta-feira (1) pela Defesa Civil, subiu para 12 o número de cidades atingidas, com 4.280 pessoas afetadas.

Até o momento, 1.057 pessoas permanecem desalojadas e 22 desabrigadas. Os eventos destruíram uma casa em Antonina, no Litoral, e danificaram outras 647. As cidades atingidas foram Antonina, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Curitiba, Guaraqueçaba, Guaratuba, Itaperuçu, Morretes, Piraquara, Quatro Barras e São José dos Pinhais.

BR-277

A BR-277, que também foi atingida por deslizamento, foi liberada parcialmente nesta quarta-feira. A pista passou por limpeza e melhorias, ficando liberada em pista simples do km 39,5 ao km 42, tanto no sentido Curitiba – Paranaguá quanto no sentido Paranaguá – Curitiba.

(Com Agências e AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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