Foto: Sou Agro

Reincidência de violência doméstica é de 82% no PR, mulheres do agro estão entre principais vítimas

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Um número que assusta e ascende um alerta: 82%, esta é a reincidência de casos de violência doméstica no Paraná, ou seja, mulheres que sofrem mais de uma vez o mesmo crime. Foi por conta desses dados alarmantes que o policial militar Renato Antonio Semann, está fazendo um trabalho de conscientização, principalmente com mulheres do agronegócio, onde os casos são mais recorrentes.

“Vim da capital e trabalhei por muitos anos na capital e quando vim para o interior, me deparei com uma realidade meio assustadora, porque a gente percebe que o volume de ocorrências, apesar de não ter muitos crimes no interior, assim, grandes roubos, furtos constantes todos os dias. Mas a estatística da violência doméstica, ela realmente é assustadora. Então, se a gente pegar os índices de reincidência de violência doméstica no Paraná, é de 82%”, detalha Renato.

 

Renato também explicou sobre a questão cultural, porque isso vem de lá de trás e é um trabalho de formiguinha para tentar conscientizar mulheres e também os homens com relação a esse tipo de agressão.

“O que a gente percebe que é a questão cultural, mas a questão da criação e principalmente aqui no interior, a gente tem muito ainda essa questão do comportamento mais rústico, no sentido do tratamento mesmo da mulher, tanto dela quanto o dele, do casal em si. Então, é comum a gente ter as situações que vão passando de gerações por gerações como, por exemplo, as agressões. Uma fala mais real, ríspida, empurrões, como se a mulher fosse realmente obrigada a subjugar as vontades do marido. E para o marido também tem a obrigação de subjugar, porque foi assim que ele aprendeu. Foi assim que ele cresceu. E como que a gente quebra isso? Quando você tem ações que trabalham em cima da conscientização desses maridos, não só na punição, mas na conscientização”, explica Renato.

Eventos de conscientização devem ser realizados por todo o Paraná. Para tentar quebrar esses números e levar informação ao máximo de mulheres e homens possíveis, principalmente no agronegócio.

“A Polícia Militar do Paraná tem essas ações agora que estão puxando para essa questão e formar replicadores desse mesmo modelo projeto em Minas Gerais que é implementado lá para trazer esses índices também para cá. Então, dentro dessa formação de replicadores, você vai formar policiais militares que vão ser capazes de integrar todos os órgãos municipais, estaduais e federais para implementar ações nesse sentido da conscientização. E eu acredito que esse trabalho que a gente faz não vai resolver do dia para noite. Só que a gente tem que deixar frutos, tem que deixar sementes e a gente tem que deixar escrito e falado e registrado que essas ações têm uma consequência, que elas são efetivas, sim, e que a gente lá na frente, os nossos filhos, netos, bisnetos vão colher esses frutos”, finaliza Renato.

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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