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Quadrilha misturava areia na soja de cargas milionárias enviadas para China

Débora Damasceno
Débora Damasceno
#souagro| Areia na soja, era isso que uma quadrilha fazia no Mato Grosso, em cargas milionárias que eram exportadas para a China. O suspeito de ser o líder do grupo criminoso foi preso pela Polícia Civil durante a Operação Grão de Areia. As investigações apontam que 9 mil toneladas de soja foram adulteradas pela quadrilha que é suspeita de atuar em crimes de furto e fraude na entrega de cargas. VEJA O VÍDEO: https://youtu.be/iUuMSu4lJlE     Segundo a polícia, no período de três meses, o homem apontado como chefe do bando, comprou areia suficiente para construir um prédio de 30 andares. Os crimes ocorriam no terminal ferroviário de Rondonópolis, local importante para o escoamento de boa parte da safra do estado. SOJA   COMO A QUADRILHA AGIA Segundo a Polícia, a quadrilha é formada por empresários do ramo de transporte e comércio de grãos, agenciadores, motoristas de caminhão e funcionários da empresa vítima,  30 pessoas já foram identificadas.   As investigações apontaram o seguinte: inicialmente o farelo de soja era carregado em uma empresa na cidade de Primavera do Leste e depois seguia para o terminal de cargas em Rondonópolis. Era lá que a quadrilha fazia a clonagem de outro caminhão com a carga já adulterada. soja Enquanto isso, a carga correta, ou seja, sem adulteração, era levada para a empresa do investigado, onde era descarregada e depois vendida por valores abaixo do preço de mercado, gerando um lucro aproximado de R$ 100 mil por carga desviada.   Só que tem mais, em outra frente criminosa, que tinha foco nos produtos de soja a granel e farelo de soja. Neste caso, os motoristas de caminhões das cargas lícitas eram aliciados e levados até as empresas dos investigados, lá era feita a adulteração da carga, usando areia. O grupo criminoso estaria atuando em Rondonópolis desde 2020, tendo desviado aproximadamente 9 mil toneladas de soja e farelo de soja entre janeiro a março de 2021. O valor do produto roubado é estimado em R$ 22,5 milhões, mas com indícios que os crimes continuam.   AS INVESTIGAÇÕES Esta é a terceira fase da investigação que começou em março de 2021, quando 10 pessoas foram presas por receptação, roubo e adulteração de cargas de soja, farelo de soja e milho. Na época, o grupo criminoso estava com uma carga de farelo de soja avaliada em R$ 130 mil. A quadrilha iria transformar a carga roubada em outras cargas adulteradas. SOJA Durante a operação desta quinta-feira (28), as equipes cumpriram dezenas de mandados de prisão preventiva e apreenderam pelo menos seis carros utilizados pelos suspeitos.   A ação foi deflagrada por equipes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Rondonópolis com cumprimento de 88 ordens judiciais. Foram cumpridos 25 mandados de prisão preventiva, 32 mandados de busca e apreensão domiciliar, além de 31 ordens de sequestro de bens nas cidades de Rondonópolis, Pedra Preta, Diamantino e em Cuiabá. As investigações continuam. (Débora Damasceno/Sou Agro) (Fotos: PC/MT)            

(Débora Damasceno/Sou Agro)