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VÍDEO: pode o agronegócio viver sem o óleo diesel?

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Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souagro | Ao lado da energia elétrica, o óleo diesel é um dos principais insumos propulsores do desenvolvimento do agro. Para a cadeia produtiva brasileira, esse é um ano para virar a página. É uma sucessão de frustrações relacionadas a intempéries climáticas, guerra Rússia x Ucrânia, reflexos da Covid-19 e agora, a ameaça de racionamento de diesel. Os custos com o combustível fóssil são responsáveis por cerca de 30% do gasto total com maquinário que os produtores agrícolas têm. Uma alternativa já empregada no Brasil para amenizar os problemas do diesel é a inserção do biodiesel. Este é um combustível formado pela mistura de diferentes óleos, provenientes de plantas ou gordura animal, com o diesel convencional, derivado do petróleo.

Racionamento do óleo diesel e os reflexos no agro

O vice-presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabott, o iminente desabastecimento de óleo diesel é mais um tema que preocupa o setor produtivo rural. “Mesmo com a alta dos preços, o agro continua produzindo e precisamos do diesel para manter a atividade no campo”, descreve Zabott.

“Diante de tudo que estamos passando: crise hídrica, temporais, guerra, covid, enfrentamos e não paramos. O agro não para”, resume. Segundo ele, sem o diesel não tem como levar os produtos como frango, peixe, leite, suíno, grãos, para transformação em alimento. “O reflexo vai ser sentido nas gôndolas do supermercado. E quando isso ocorrer, os preços dos alimentos tendem a ficar extremamente elevados”.

A produção depende do diesel tanto para o plantio como para o escoamento. Também é vital na propriedade rural para garantir o deslocamento dos alimentos para os animais e para garantir o pleno funcionamento dos geradores de energia. “Ou seja, é uma cadeia que terá uma perda absurda e com problemas sociais, como desemprego, caso esse desabastecimento se confirme. Não podemos imaginar o tamanho da tragédia que será para o agronegócio essa possibilidade de racionamento”.

O petróleo avançou para um dos mais altos patamares em dois meses no mercado internacional, ante a flexibilização dos lockdowns na China e a expectativa de incremento no consumo. A WTI, por exemplo, subiu 1,76% e fechou ao redor de 117 dólares o barril. À medida que o petróleo avança, também cresce a expectativa em torno da defasagem entre os mercados doméstico e internacional para os combustíveis no Brasil, o que pode sinalizar novos reajustes de preços da gasolina e do óleo diesel nos próximos dias.

Em entrevista ao Portal Sou Agro, Roberto Pellizzetti, do Sindicombustíveis-PR, admite a possibilidade de racionamento do óleo diesel no Brasil. “O petróleo atingiu o maior valor dos últimos meses. O quem tem nos ajudado um pouco é o dólar”, comenta ele. Essa equação do preço do combustível no Brasil é composta principalmente pelo valor do petróleo no mercado internacional e pela moeda americana. “Há uma defasagem e esse é o motivo da possibilidade de racionamento. A diferença é de R$ 0,20 no momento e já chegou a R$ 0,35”. Conforme Pellizzetti, essa defasagem é o valor do petróleo no mercado externo, principalmente nos Estados Unidos, em relação ao Brasil. “Importantes tradings e importadores estão preocupados e deixam de realizar a importação por conta do prejuízo gerado”.

(Vandré Dubiela/Sou Agro com edição de vídeo de Ageiél Machado/Sou Agro)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)