ESPECIAIS

Sucessão familiar ainda é tabu no agronegócio

Ageiel Machado
Ageiel Machado

#souagro | O planejamento de sucessão no agronegócio é similar a de uma empresa de outra área. Existem alguns passos para fazer a transferência à próxima geração que vai gerir o negócio.

Apesar de ser importante pensar sobre o assunto, a procura ainda é baixa. “Para algumas famílias ainda é um tabu. Muitas não tem dado a prioridade para conversar de maneira estruturada e planejada sobre esse tema”, comenta o instrutor do SENAR, Luiz Antonio Tiradentes

Assista à reportagem:

Sucessão familiar ainda é tabu no agronegócio. Veja as dicas

Produtores rurais têm diversas dúvidas sobre o assunto. Conforme Tiradentes, principalmente em relação as questões legais e juridicas, além de como fazer. “Na nossa região, por exemplo, estamos na predominância de propriedades que estão fazendo a sucessão da segunda para a terceira geração. Da primeira para a segunda, que foi com o avô e o pai, a maioria das sucessões deram certo. Mas agora o desafio é maior, pois são mais pessoas e culturas diferentes”, explica.

Uma das questões envolve a visão estratégica da propriedade, o que a família está vendo de cenário futuro, como a propriedade está inserida nisso. “Existem diversas propriedades que estão associadas à cooperativas. Estas estão crescendo, pois o cenário futuro para o agro é muito promissor. A pergunta é: ‘como nossa propriedade está se adaptando para crescer junto’. A grande dúvida é como definir o planejamento estratégico da propriedade incluindo o processo sucessório”, diz o instrutor.

 

 

Como fazer o planejamento de sucessão

“Existem cinco passos fundamentais para chegar ao sucesso no planejamento. O primeiro deles é o diagnóstico. Em seguida vem o mapeamento dos interesses da família. Depois o planejamento efetivo, a execução e um muito importante que é o acompanhamento com especialistas”, afirma o advogado especialista, Diretor jurídico da EVOLUA CONSULTORIA, William Júlio.

É de fundamental importância o planejamento para seguir o fluxo da mudança do responsável. O ideal é que o processo sucessório seja desenvolvido de forma gradual, em etapas estruturadas, viabilizando assim desde a elaboração de um testamento até a criação de pessoas jurídicas.

Com o planejamento antecipado previne conflitos no futuro entre os herdeiros. Por isso a vantagem é manter a harmonia familiar após o falecimento do patriarca ou matriarca da família, evitando prejuízos emocionais e financeiros.

Com o diagnóstico o produtor rural o produtor rural vai entender o que está acontecendo em sua propriedade. “Tanto no ponto de vista financeiro, quanto documental. Parte de regularização ambiental e fundiária. Questões relativas a parte imobiliária da empresa”. Cita William.

 

 

O mapeamento e alinhamento dos interesses da família é importante. “Existe uma tríade: a propriedade, a empresa e a família. Trate sua propriedade rural como uma empresa” diz o advogado. “O planejamento efetivo é do ponto de vista tributário, societário e sucessório, uma vez que os alinhamentos do interesses foram promovidos” segue.

Após isso vem a execução do planejamento distribuindo entre uma safra e outra. “Pense isso de maneira estratégica e tenha o acompanhamento de especialistas. É interessante desde holding, constituição da empresa nessa operação, até ferramentas mais simples, como doação, testamento e principalmente alinhando os interesses da família”, finaliza.

holding familiar é a constituição de estruturas empresariais que organizam adequadamente as atividades, patrimônios de uma família e economia com despesas tributárias.

 

(Ageiél Machado)

 

 

(Foto: pexels)

(Ageiel Machado/Sou Agro)