Foto: fertilizantes
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“Buscar alternativas para que o Brasil não seja tão dependente”, diz ministro sobre fertilizantes

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Nos últimos meses, os fertilizantes estão no ponto alto de discussões do agronegócio. Depois da pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia deixou um cenário de incertezas e muita preocupação com a cadeia produtiva brasileira. Por conta disso, o tema se tornou debate em diversas reuniões e encontros.

Um deles foi nesta quarta-feira (4) na reunião de trabalho promovida pelo Ministério Público Federal (MPF). O debate foi sobre a produção nacional de fertilizantes e seus impactos econômicos, ambientais e sociais. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, esteve na abertura do encontro e destacou a potencialidade nacional na produção de alimentos para o mundo e a importância de reduzir a dependência dos fertilizantes importados.

Segundo ele, o seminário é um passo importante para que o Brasil possa continuar produzindo alimentos para o país e para o mundo. “Nós teremos uma crise alimentar no mundo, e o Brasil terá essa responsabilidade ainda maior, de colocar comida na mesa dos 200 milhões de brasileiros e também alimentar o mundo. E para isso, nós precisamos produzir cada vez mais”, disse o ministro.

 

Marcos Montes também pontuou que a crise entre a Rússia e a Ucrânia é uma oportunidade para o Brasil diminuir sua dependência de fertilizantes importados. Ele explicou que o Plano Nacional de Fertilizantes, lançado recentemente pelo governo, mostrou uma visão clara sobre o tema. “Hoje todos nós estamos debruçados para buscar alternativas para que o Brasil não seja tão dependente como é hoje”.

O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, cerca de 85% dos fertilizantes utilizados nacionalmente são importados, o que coloca os insumos em segundo lugar na pauta da balança comercial de importações, atrás somente de óleo e gás. Em 2021, o Brasil externalizou aproximadamente US$ 15 bilhões na importação de 45 milhões de toneladas de fertilizantes.

 

Com as sanções à Bielorússia e, mais recentemente, com o conflito entre Rússia e Ucrânia, a oferta de fertilizantes é tema de discussões de como reduzir a dependência brasileira desses produtos essenciais à produção rural. Atualmente, os fertilizantes representam 40% do custo de produção ao profissional do campo e, por isso, novas cadeias devem ser incentivadas a partir de tecnologia e inovação.

O ministro ainda explicou que não se trata de o país alcançar a autossuficiência, mas sim de se ter autonomia, com um percentual reduzido de dependência externa para o fornecimento dos fertilizantes ao produtor.

A reunião de trabalho é resultado de acordos de cooperação técnica firmados pelo MPF com o Ministério de Minas e Energia e com o Mapa. Entre os aspectos em debate no encontro estão a vulnerabilidade decorrente da dependência do Brasil das importações de fertilizantes e as iniciativas do governo e do setor privado para ampliar os investimentos na produção mineral. Também serão discutidas alternativas nacionais de recursos minerais e a necessidade de conciliar segurança jurídica, preservação ambiental e proteção das comunidades afetadas nos novos projetos minerais. O evento termina hoje (5).

(Débora Damasceno/Sou Agro com Mapa)

 

(Foto: reprodução internet)

(Débora Damasceno/Sou Agro)