TECNOLOGIA
Pulverização por drones garante agilidade
#souagro Os drones já fazem parte de diversas grupos, para diferentes finalidades. Fiscalização, como é no caso da polícia de fronteira; imagens publicitárias, para as agências; jornalismo, para reportagens; são alguns dos exemplos. Essa tecnologia também já faz parte do agro, os drones deixaram de ser um luxo e tornou-se necessidade em muitas atividades.
No agronegócio o uso dessa novas ferramentas permite uma safra muito maior e com mais qualidade. Da safra de 1976/77 até a de 2020/2021 a produção de soja, por exemplo, aumentou 11 vezes e a área plantada apenas 5,6. As inovações constantes são as grandes responsáveis por isso.
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A tecnologia garante mais agilidade e qualidade no trabalho, além de sair na frente com o uso de modernas ferramentas, como é o caso dos Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants), conhecidos como drones. Antes de seu uso, os pulverizadores costais permitiam cobertura em apenas 0,1 hectare por hora. Atualmente, os autopropelidos com barras de quase 40 metros, possibilitam a aplicação de produto em cerca de 70 hectares, no mesmo período.
Com os drones, é possível pulverizar até seis hectares por hora. É fato que esses dispositivos voadores ainda não podem substituir totalmente os autopropelidos, mas pode complementar seu serviço.
Qual o investimento?
Comprar um equipamento desses não é para qualquer um. Atualmente o investimento em um equipamento de drone pode alcançar a casa dos R$ 300 mil. Contudo, é possível contratar um prestador de serviço que realiza este trabalho. De acordo com a sócia e pilota da PlanejAr, Jéssica Freitas, o preço varia entre R$ 120 e R$ 140 por hectare.
“Em algumas culturas, como na batata, o valor por hectare é mais alto porque é preciso aumentar um pouco a vazão para ter mais molhamento foliar. Trata-se de uma cultura extremamente sensível a doenças e a cada três, quatro dias é preciso entrar na lavoura para fazer aplicação, mas na soja e de forma geral, o custo é esse”, explicou Jéssica.
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O modelo que ela opera é um T30, com capacidade de 30 litros ou 32 kg (pela capacidade de acoplar distribuidor de sólidos), da DJI. O equipamento pesa cerca de 70 kg, considerando a calda e a bateria. “Há a possibilidade de trabalhar com vários drones em um mesmo controle, mas existem restrições legislativas no Brasil quanto a isso”, disse.
Para o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Lúcio André de Castro Jorge, o equipamento é vantajoso. “Considerando o trabalho de ir com os drones até o ponto correto, jogar o fertilizante, voltar, carregar com mais produto e recarregar a bateria, um equipamento desses tem rendimento médio de 35 a 40 hectares por dia. Esse número não é maior, obviamente, porque a pulverização precisa obedecer certos horários do dia e condições climáticas para acontecer”, falou Castro Jorge.
Segundo ele, a Embrapa realizou uma pesquisa em 2020, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Sebrae com mais de mil entrevistados, entre produtores e prestadores de serviço, sobre o uso de tecnologias digitais no campo. O estudo mostrou que 59% dos produtores já usavam drones.
Uma das maiores dúvidas sobre a aplicação feita pelos drones é o risco de deriva – quando a trajetória da gota é desviada durante a aplicação de um defensivo, fazendo com que o produto não atinja a cultura desejada. Mas Jéssica esclarece: “Para diminuir essa questão, trabalhamos com pontas de pulverização com vazão um pouco maior. Quanto ao drone, o vento que sai das hélices faz o efeito vortex, que empurra o produto para baixo, o que ajuda a reduzir o problema. Além disso, evitamos aplicar em condições de muito vento para diminuir parâmetros de deriva”.
(Ageiél Machado com agências)
(Foto: freepik)