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AGRICULTURA

Plantas de cobertura são importantes para conservar o solo

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

A conservação do colo é permanente para pesquisadoras do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal (Ceflor) do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (DDPA/Seapdr), localizado em Santa Maria no Rio Grande do Sul. Elas instalaram uma unidade demonstrativa de plantas de cobertura de solo com o objetivo de divulgar a diversidade e os benefícios que essas plantas proporcionam aos cultivos agrícolas.

Segundo a engenheira agrônoma e doutora em Ciência do Solo, Madalena Boeni, outras finalidades do estudo foram gerar dados de pesquisa sobre a melhoria da qualidade do solo e multiplicar sementes de diversas espécies. A pesquisadora conta que produtores, técnicos e estudantes da região já visitaram a coleção de plantas de cobertura e que novas visitas estão agendadas para os próximos dias. “Os dados de pesquisa estão em fase de avaliação, e os resultados serão divulgados ainda este ano, por meio de publicações técnicas”, promete.

“O uso de insumos biológicos aliados às plantas de cobertura vem sendo muito discutido entre técnicos e produtores, por ser uma ferramenta para incremento de produtividade e da fertilidade biológica de sistemas agrícolas”, explica a também engenheira agrônoma e doutora em Ciência do Solo, Gerusa Steffen. Ela destaca que, entre os benefícios do uso de microrganismos de solo, estão a solubilização de nutrientes, o estímulo ao enraizamento e o controle biológico de doenças.

 

A bióloga e doutora em Fitotecnia, Rosana Morais, por sua vez, destaca que outro aspecto que está sendo investigado é a diversidade e a abundância de inimigos naturais que são atraídos aos cultivos agrícolas através do uso de plantas de cobertura.

Sobre o solo

O solo encontra-se no centro dos principais desafios do planeta da atualidade, pois é fundamental para a produção de alimentos, de fibras e de bioenergia. Tem ainda papel fundamental na mitigação de efeitos de mudanças climáticas, na manutenção e qualidade dos mananciais e na sustentação da biodiversidade da vida na terra. “Portanto, ao conservá-lo, estamos também conservando a água, maximizando a produtividade e evoluindo para sistemas produtivos sustentáveis nos âmbitos econômico, ambiental, social e cultural”, afirma a engenheira agrônoma Madalena.

Exemplo de boas práticas agrícolas, o Sistema de Plantio Direto preconiza o não revolvimento do solo e a manutenção da palha na superfície, além da rotação de culturas, mantendo o solo coberto permanentemente. Dessa maneira é possível fazer a diversificação de culturas com propósito comercial e de cobertura de solo, otimizando o uso do solo e melhorando sua qualidade, com rendimentos mais favoráveis e estáveis ao longo dos anos.

 

“Não há uma receita pronta para compor um sistema de rotação de culturas, o planejamento vai depender do sistema de produção específico de cada propriedade, das oscilações climáticas e de mercado”, pontua Madalena. Porém, conforme ela, o cultivo contínuo de plantas de cobertura de solo contribui para o controle da erosão, a redução da temperatura e a amplitude térmica do solo, o aumento dos teores de carbono orgânico, da diversidade e atividade microbiana, do crescimento da população de inimigos naturais, interrupção do ciclo de doenças, entre outros benefícios.

Para as pesquisadoras, os resultados devem ser avaliados no conjunto do sistema produtivo, a médio e longo prazos, pois os benefícios gerados não são imediatos, mas crescentes e justificam o investimento no solo.

 

(Fonte e foto: Seagri/RS)

(Débora Damasceno/Sou Agro)