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AGRICULTURA

Frio reflete nas lavouras de milho e feijão

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Chuva, sol, geada… Assim estão sendo os últimos dias no Paraná, mas afinal será que essas mudanças climáticas muito bruscas estão sendo positivas ou negativas para o produtor? É o que vamos explicar hoje, falando especificamente sobre o milho e o feijão.

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Frio reflete nas lavouras de milho e feijão

FEIJÃO

Sobre a baixa de temperaturas, o feijão ele sofre mais que o milho, isso porque o grão é muito mais sensível. É que a temperatura está diretamente ligada ao metabolismo da planta, que é a transformação daquilo que precisa dentro da planta para poder acumular nos grãos ou para os grãos irem se formando: “Então se esfria, o metabolismo diminui, por isso acaba sendo muito prejudicial para a lavoura de feijão que é muito sensível e ela vai sofrer muito mais do que o milho”, explica o agrometeorologista Reginaldo Ferreira.

“As temperaturas caíram e existe uma preocupação, mas apenas nos lugares um pouco mais altos que as temperaturas caíram de forma mais significativa, nos lugares de serras. Agora nas nossas regiões é tranquilo. Claro que a lavoura de feijão sofre um pouquinho mais”.

 

MILHO

Já para o milho a queda das temperaturas não é tão prejudicial, aliás, pelo contrário, neste estágio pode até trazer bons resultados para as lavouras, mas atenção que aqui é sobre frio e não sobre a geada, porque a geada sim pode causar danos.

O que acontece é que o milho responde a graus dias, ou seja, a temperatura mais o acúmulo de temperatura. A maioria dos produtores buscou plantar o milho o mais cedo possível, isso quer dizer que a planta precisava do mínimo de quantidade de graus dia pra completar logo o ciclo.

Então diferente do feijão, a chegada de noites frias são importantes para o desenvolvimento do milho, como o frio reduz o metabolismo, isso significa dizer que o milho gasta menos energia e sobra mais energia para o grão, já que a respiração durante a noite será menor, portanto pode resultar acréscimo de produção.

“A lavoura de milho ela respira muito durante a noite e quando as noites são frias significa dizer que a respiração é menor, o metabolismo é menor e você tem uma chance de você ter uma produção também um pouco melhor em função das baixas temperaturas da noite. Claro que geada não. Mas as baixas temperaturas para o milho são extremamente úteis, já não é tanto assim para o feijão”, detalha Reginaldo.

Além da produtividade, o frio também melhora a semente do milho que acaba ficando mais vigorosa, saudável, sadia e menos velha. Ou seja, uma semente muito melhor do que aquele milho produzido em locais onde as noites são mais quentes.

 

CHUVA PARA O MILHO

Antes de o frio chegar tivemos muita chuva, mas segundo Reginaldo, isso é benéfico para as lavouras de milho: “Estamos em um período em que de modo geral o produtor rural está contente, feliz principalmente com a quantidade de precipitação que vem acontecendo nas últimas semanas. Veja que o mês de abril do ano passado foram apenas cinco milímetros em alguns locais. Agora neste ano, o mês de abril já ultrapassou na nossa região mais de 200. Então isso é extremamente útil e benéfico pras nossas lavouras”.

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

Foto: Embrapa

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)