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Futuro do agronegócio depende de sustentabilidade e inovação

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

Sustentabilidade e inovação: no Brasil, onde as hidrelétricas representam cerca de 70% da geração de eletricidade e a agropecuária responde por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a produção de energia e o cultivo de alimentos têm muito em comum, em especial a necessidade de cuidar da água e do meio ambiente, a fim de assegurar as condições para produzir no longo prazo.

O assunto foi abordado durante o evento “Como promover o agronegócio sustentável no Brasil para cooperação bilateral com os Emirados Árabes”, como parte da programação da Itaipu Binacional e do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) durante a Expo 2020 Dubai, nos Emirados Árabes. Realizado de forma híbrida, com painelistas on-line e presenciais, o evento mostrou como a sustentabilidade e a inovação devem ser as palavras de ordem no agronegócio para conquistar mercados internacionais.

A região Oeste do Paraná, área de influência do reservatório da Itaipu, figura entre os principais polos da agropecuária brasileira e concentra algumas das maiores cooperativas da América Latina. Estas, por sua vez, têm no Oriente Médio um dos mais importantes destinos de suas exportações, especialmente na produção de frango.

“O mundo árabe ocupa o terceiro lugar na pauta de exportações do Brasil e, no mundo árabe, os Emirados Árabes são número um. Podemos aprimorar muito essa relação, especialmente com investimentos em tecnologia”, ressaltou Rafael Solimeo, chefe do escritório internacional da Câmara de Comércio Árabe-Brasil em Dubai, e responsável pela moderação do debate.

 

 

“A Expo é uma grande vitrine e oportunidade para incrementar os negócios, e os países árabes têm um potencial e uma riqueza extraordinários”, reforçou a conselheira da Itaipu, Cida Borghetti, que conduziu a abertura do evento, destacando as contribuições diretas da Itaipu para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, Fome Zero e Agricultura Sustentável.

Essas contribuições foram mais detalhadas durante a sessão técnica do evento, com destaque para a recuperação de nascentes, a proteção dos cursos d’água, saneamento rural, e a conservação de solos e da biodiversidade, entre outras. “Essas ações são importantes para proporcionar condições de prosperidade que são compartilhadas com toda a sociedade e, no caso, com a produção agropecuária que é realizada no território”, disse o superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Ariel Scheffer da Silva. Como exemplo, ele destacou o Padrão LIFE, que permite medir a sustentabilidade territorial por meio de diversos parâmetros e indicadores.

E, em complemento às ações de conservação, o PTI tem entre seus objetivos estratégicos melhorar a competitividade do agro, com a agregação de novas tecnologias que proporcionam melhores condições de produção, como a interconectividade, inteligência artificial, gestão de dados, entre outras.

“A agropecuária é vocação natural do Oeste do Paraná e nosso papel, como PTI, é incentivar start ups que vão não apenas dar mais competitividade ao agro, mas também gerar novas oportunidades de emprego e renda. Elas contribuem para o desenvolvimento da região como um todo”, afirmou o diretor de Negócios e Inovação do PTI, Rodrigo Régis.

O ponto de vista dos produtores foi apresentado por Dilvo Groli, presidente da Coopavel, cooperativa que bateu recorde faturamento em 2021, de R$ 4,9 bilhões em vendas no ano. Ele destacou os benefícios gerados pelas iniciativas da Itaipu e PTI, com destaque para o Espaço Impulso, laboratório de inovação para o futuro do agro, inaugurado no último Show Rural Coopavel, em Cascavel.

(Itaipu)

 

Foto: Itaipu

(Vandre Dubiela/Sou Agro)