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SOU AGRO MULHER

Jovem mulher conquista autonomia na propriedade da família

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

Em Guaiporã, distrito de Cafezal do Sul, na região Noroeste do Paraná, a jovem Flávia Ruffo Serraldo trilhou seu caminho nos negócios da propriedade da família. Neta de produtores rurais, ela passou muito tempo da infância na casa dos avós, onde acompanhava de perto a produção de leite. Na época, eram 20 vacas sob os cuidados da família.

Em 2017, com o crescimento da atividade, contrataram um funcionário e Flávia também começou a ajudar nas tarefas do dia a dia – os avós já estavam cansados e sua mãe havia engravidado novamente. Enquanto isso, seu pai passou a se dedicar ao plantio de mandioca em uma propriedade arrendada junto com três sócios.

 

No mesmo ano, a jovem, que sonhava com a faculdade de Medicina Veterinária, decidiu participar do Programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA), do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Resolvi fazer o JAA porque era relacionado ao meio rural, onde eu já vivia e tinha a experiência do sítio da minha família”, conta.

Com o fim do JAA e do ensino médio, Flávia precisou adiar o sonho da graduação devido às restrições financeiras, por conta dos financiamentos da propriedade. Então, em 2020, se matriculou em Educação Física e começou a estagiar na Prefeitura de Cafezal do Sul.

 

Com o início da pandemia, a jovem passou a ficar mais em casa, o que abriu a oportunidade de voltar a trabalhar na propriedade da família. “Foi quando meu pai teve a ideia de montar uma criação de galinhas poedeiras. Fiz um acordo APRENDIZAGEM RURAL com meu pai para trabalhar na propriedade e saí do estágio”, explica Flávia.

O sítio da família, então, ficou aos cuidados de Flávia e do avô, com auxílio de um funcionário. A criação de galinhas poedeiras passou a fazer parte das atividades, com produção de, em média, 120 ovos por dia. A produção de leite também cresceu – hoje são 100 vacas, com 50 animais em lactação, e 30 bezerros. A produção gira em torno de 500 litros de leite por dia. Parte disso é vendida para consumidores da região.

 

“Tenho uns lugares fixos para entregar na rua. Todo o lucro que vem dessas vendas é meu”, afirma Flávia. Com isso, ela vai adquirindo experiência enquanto aguarda a oportunidade para começar o planejado curso de Medicina Veterinária.

Para a instrutora do JAA Márcia Aparecida Bresciani Pereira, que acompanhou Flávia durante o programa, é gratificante ver ex-alunos se realizando nas mais diversas áreas de autuação e, principalmente, trabalhando em parceria com os pais na propriedade. “O curso leva eles a acreditar mais nas possibilidades e na própria competência. Muitos chegam com uma visão de que os pais trabalham demais, mas a gente mostra outra visão e esses jovens conseguem entender melhor as necessidades da família”, observa. “Eles passam a entender que se, atuarem junto dos pais, vão ter um melhor relacionamento, além do crescimento pessoal e profissional”, finaliza a instrutora.

 

(FOTO/FONTE: Sistema FAEP)

(Débora Damasceno/Sou Agro)