Chuva orográfica chega ao Paraná?
Chuva orográfica vai atingir áreas do Sul e do Sudeste do Brasil, de acordo com a previsão do tempo dos meteorologistas da MetSul. A instabilidade associada à umidade que vem do mar afetará áreas entre o extremo Nordeste de Santa Catarina e o litoral do estado de São Paulo.
O que acontece? Ar mais frio atua na costa do Sul do Brasil e, com o vento, há transporte de umidade do oceano para áreas mais próximas da costa. Mais a Oeste da Região Sul, o predomínio é de ar seco.
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Por isso, a temperatura tem se elevado mais em cidades do Oeste da região enquanto em pontos próximos da costa as marcas nos termômetros vêm se elevando muito menos nestes dias.
O mesmo ocorre em Santa Catarina e no Paraná com um grande contraste térmico de Oeste para Leste. No estado paranaense, no Oeste, a máxima hoje em Foz do Iguaçu foi a 34,6ºC ao passo que em Morretes não superou 25,9ºC. A diferença não é apenas na temperatura, mas também na umidade. No Oeste do Sul do Brasil, a umidade desceu a valores durante a tarde de 20% a 25% enquanto entre o Nordeste gaúcho e o Leste do Paraná ficou entre 50% e 80% à tarde.
PROJEÇÃO DE CHUVA
O mapa abaixo mostra a projeção de chuva acumulada em 72 horas até às 9h de sexta-feira do nosso modelo de alta resolução WRF, disponível ao assinante em nossa seção de mapas
O QUE É CHUVA OROGRÁFICA?
A chuva orográfica é a precipitação induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano, trazida por vento, ao encontrar a barreira do relevo da Serra do Mar, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa com camadas mais frias. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.
Em um exemplo bem didático. O que acontece se você chega na frente de um espelho e soltar ar da sua boca? O espelho que tem uma superfície mais fria vai ficar embaçado (úmido) e molhado. Com a chuva orográfica ocorre o mesmo. O ar mais úmido e quente (analogia com ar que sai da boca) encontra um obstáculo físico que é o relevo (como o espelho) e ao chegar nesta barreira que são os morros sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa, condensando-se o vapor de água e formando chuva.
O contraste de pressão entre uma área de baixa pressão no Sul do Brasil e um centro de alta pressão de quase 1030 hPa a Leste da Argentina gerou vento moderado e por vezes com rajadas fortes do quadrante Leste. O vento soprando do mar para o continente, carregado de umidade e com a temperatura do Atlântico acima da média, acabou por favorecer a chuva orográfica com volumes localmente muito altos de precipitação no costão da Serra.
(Fonte: Metsul)