Foto: reprodução/Aprosoja

Soja mato-grossense abastece mercado crescente de suínos da China

Redação Sou Agro
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Foto: reprodução/Aprosoja

A virada de chave na suinocultura da China pode impulsionar a demanda da soja mato-grossense. A avaliação é do analista de mercado e fundador da Pátria AgroNegócios, Matheus Pereira, durante palestra promovida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

O evento foi mediado pelo vice-coordenador da Comissão de Política Agrícola, Tiago Stefanello, e a gerente da comissão, Rosicler Saporski. A gerente destacou que nas próximas semanas uma nova palestra será realizada para os associados da Aprosoja-MT. Após a definição, a data e horário serão informados para que os produtores possam participar e tirar suas dúvidas sobre o mercado agrícola.

“É importante que o produtor participe para manter-se atualizado do mercado de commodities não só no Mato grosso, mas também com informações dos principais players do mercado. As análises com estimativas de oferta e demanda de grãos são de suma importância para compreender as movimentações do mercado agrícola, a fim de tomar decisões mais assertivas. Quanto mais informações sobre cenários políticos e econômicos, mais autonomia o produtor rural adquire para tomada de decisões”, afirma Rosicler.

Durante sua exposição, Matheus destacou que os suinocultores da China voltaram a ter lucro na atividade, o que deve impulsionar o setor e aumentar a demanda pela soja em grãos do Brasil. Além disso, Matheus acredita que as margens de esmagamento devem voltar a ficar no positivo, contribuindo para o aumento da demanda. Hoje, segundo o palestrante, a China tem capacidade de dobrar o volume esmagado de soja anualmente, devido a infraestrutura de processamento no país. O produto final da soja esmagada na China, isto é, o farelo, tem destino certo, pois cerca de 54% desse produto alimentam a cadeia produtiva de suínos e 30% a de aves.

“Ano passado, o chinês não acelerou com intensidade a demanda por farelo, em especial na cadeia suína, porque o suíno estava dando prejuízo. E, agora volta a construir essas margens teóricas da lucratividade da suinocultura da China. Não só isso, a oferta [de suínos] sob demanda está no campo negativo”, enfatizou Matheus. O destaque na suinocultura se deve ao plantel de 1,2 bilhão de suínos com tendência de reconstrução e crescimento, com retorno lucrativo para o produtor.

O analista pontuou também que a demanda da China é pelo grão de soja in natura, não pelo grão já esmagado, isto é, pelo farelo. Esse tem como maior exportador do mundo a Argentina, que retornou ao mercado nesta safra após uma grande quebra no ano anterior. Portanto, o país vizinho não atende os parâmetros do gigante asiático para, eventualmente, suprir sua demanda pela oleaginosa.

Ainda segundo o palestrante, o Brasil possui excedente produtivo para abastecer a elevada demanda chinesa, sendo um grande diferencial do país em comparação aos demais players de commodities. O excedente deve-se a elevada capacidade produtiva, de qualidade e formação de estoque no Brasil. Assim, Mato Grosso tem grande responsabilidade, em vista de ser o maior produtor do grão no país, pois, abastece grande parte do volume demandado.

O analista ainda minimizou temores de possíveis problemas sanitários no “pós-pandemia” na China, que poderia dificultar o país asiático a engrenar novamente sua economia, reduzindo o seu consumo. “Na percepção da Pátria, não afeta diretamente a demanda para este ano em específico da soja brasileira”, completou.

Além disso, Matheus destacou que em janeiro de 2024, a China aprovou o maior pacote de estímulo econômico de sua história, em mais de um trilhão de dólares. O mercado chinês busca se recuperar e acelerar a economia. Ainda de acordo com Matheus, o consumo deve crescer 3,4% neste ano no país asiático, o que significa um incremento da demanda da soja mato-grossense.

Por Aprosoja 

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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