Foto: Arquivo AEN

Calor e falta de chuva interrompem plantio e atrapalham controle de pragas

Redação Sou Agro
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A onda de calorão e falta de chuva em volumes significativos fez com que produtores da região de Palotina, no Oeste do Paraná, suspendessem o plantio da soja. Apesar de ser uma região com o processo de semeadura adiantado em relação ao restante do Estado, a falta de umidade compromete a germinação do grão, por isso, o momento é de cautela. “Quando terminou o zoneamento, no dia 10 de setembro, começamos o plantio. Naqueles dias estava excelente, teve inclusive registro de chuva naquela semana. Então, quem plantou entre os dias 10 e 12 de setembro, a germinação foi excelente. Mas com a previsão de calorão e a falta de chuva, na última segunda-feira (25) estacionou tudo, quem ia plantar segurou. Em algumas localidades até tinha umidade no solo, mas a temperatura em cima da terra começou a ficar muito alta. Então nesse momento está todo mundo na expectativa de vir chuva e de forma distribuída, porque aqui tivemos apenas algumas localizadas. Cidades da região, como Toledo, Cascavel, Marechal Cândido Rondon tiveram chuva, mas aqui não e pra nós agora está muito preocupante”, explica o produtor e presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabott.

O presidente do Sindicato Rural de Paloina afirma que cerca de 80% da área de soja prevista para ser cultivada nesta safra já está semeada, mas muitas lavouras podem ficar com plantas em estágios diferentes por conta dessa suspensão. “Pelas previsões esperávamos que setembro fosse um mês com registro de chuva na média, o que não se concretizou. Assim, grandes produtores ao verem que a previsão havia mudado pararam de plantar. Então em uma mesma área pode ter uma planta já bem nascida e outra parte com plantio mais tardio”, alerta Zabott.
A retomada da semeadura depende do retorno da tão esperada chuva ou ao menos da previsão de que isso ocorra. “Se as previsões melhorarem, se tiver uma previsão mais segura para o registro de chuva o pessoal vai entrar plantando no pó, ou seja, faz um plantio bem superficial na terra como está, seca mesmo. Porque se houver uma chuva ela pode compactar o solo, caso esteja plantado em maior profundidade, e aí quando chega a chuva, a germinação acontece com facilidade nesse plantio raso”, detalha o produtor.
O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), de Toledo, Paulo Oliva, afirma que a decisão cabe a cada produtor, porém diante de previsões o indicado é agir com cautela. “A opção é de cada um, claro se observar o cenário com pouca umidade, porque tivemos chuvas muito fracas e isolada e sem chance concreta de chuva o produtor vai segurar o plantio. Mas cada caso precisa ser analisado de forma individual e por isso existe assistência técnica para assessorar o produtor. Agricultura indústria a céu aberto tendo interferência clima. Esperamos que o El Niño possa possibilitar uma boa condição climática para que tenhamos uma excelente safra”, diz Zobott com expectativa.

Controle da cigarrinha

Outra questão que tem preocupado o produtor da região de Palotina é o controle da cigarrinha, que está sendo prejudicada pelas atuais condições climáticas. “Quem plantou milho pra fazer silagem, na nossa região se planta milho de verão para fazer silagem para o gado leiteiro também está preocupante porque temos que fazer o controle da cigarrinha nessa área plantada e com esse calor intenso os produtos não fazem tanto efeito e os períodos de aplicação são bastante restritos então começou a preocupar e muito. Quem plantou soja também está enfrentando esse mesmo desafio, porque temos o chamado milho voluntário que nasce da sobra de semente que ficou na lavoura quando foi feita a colheita e aquela planta tem que ser eliminada o mais rápido possível porque ele é hospedeiro. Por isso esperamos que a chuva volte logo”, finaliza Edmilson Zabott.

Ritmo do Plantio

O plantio da safra de soja de 2023/24 avançou no Estado nesta semana. Até o momento foram plantados 16% de uma área estimada de 5,8 milhões de hectares. Este volume de plantio para o mês de setembro é um dos maiores da história. Com o plantio no ritmo atual diminui-se o risco de problemas com o plantio da segunda safra de milho, especialmente na região Oeste do estado onde o calendário é curto. A produção esperada para esta safra é de 21,9 milhões de toneladas, ligeiramente inferior à safra anterior.

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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