MST bloqueia BR-163 e pressiona governo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Na manhã desta quarta-feira (30), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST ) bloqueou um trecho da BR-163, na saída de Campo Grande (MS) em direção a São Paulo. A interdição é uma resposta à ausência de diálogo do governo federal sobre demandas ligadas à reforma agrária em Mato Grosso do Sul.

Cerca de 150 manifestantes participam do ato. Segundo os organizadores do MST, o bloqueio tem como objetivo cobrar a presença imediata do presidente do Incra, Cesar Aldrighi, e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.


“Não podemos esperar mais um mês”, diz liderança

De acordo com Claudinei Barbosa, um dos acampados, a ocupação da sede do Incra em Campo Grande, realizada anteriormente, não resultou em respostas concretas.

“Estamos com o Incra ocupado, mas até agora não tivemos retorno. Queremos a presença dos dois representantes com data e hora marcada. Não adianta promessa para daqui a um mês”, afirmou.

Os manifestantes alegam que Mato Grosso do Sul é o único estado que ainda não recebeu respostas efetivas sobre a regularização fundiária e o assentamento de famílias acampadas.


Trânsito bloqueado, mas ambulâncias têm passagem liberada

O bloqueio permite apenas a passagem de ambulâncias. A BR-163 segue interditada para demais veículos, sem previsão de liberação, conforme informou o MST. O movimento afirma que a mobilização continuará até que o governo federal se posicione oficialmente.


Escalada nas ações do MST em MS

Essa não é a primeira ação recente do MST no estado. Em 26 de abril, cerca de 300 famílias ocuparam uma fazenda da empresa JBS, em Dourados, às margens da MS-379. A ocupação visava denunciar que a propriedade não cumpre sua função social há mais de 12 anos e cobrar o assentamento de famílias que vivem na área.

A ação gerou reação da empresa e a mobilização de forças de segurança, incluindo o Batalhão de Choque, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e o Corpo de Bombeiros. Mesmo com a mediação de órgãos federais, a desocupação ocorreu com uso de bombas de efeito moral e balas de borracha.

Dois dias depois, em 28 de abril, o MST bloqueou a BR-060, impedindo o acesso ao município de Sidrolândia, e também ocupou a sede do Incra em Campo Grande em busca de respostas sobre um assentamento da região.


Reivindicações centrais do movimento

Entre as principais pautas do MST estão:

  • Regularização fundiária em Mato Grosso do Sul;

  • Assentamento imediato de famílias acampadas;

  • Cumprimento da função social de propriedades improdutivas;

  • Presença de autoridades federais para negociação direta.


A manifestação segue sem previsão de encerramento, e o MST reforça que permanecerá mobilizado até obter respostas concretas do governo federal.


Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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